quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Joaquim Lourenço na Amadora



Hoje dia 27 de Janeiro às 21,30h, na Galeria Municipal Artur Bual na Amadora o meu amigo Joaquim Lourenço inaugura mais um exposição sobre o tema "Sinais Urbanos".
Da mostra fazem parte 37 obras em acrílico sobre tela e papel realizados entre 2008 e 2011.
A não perder na Galeria Municipal Artur Boal na Amadora o discurso original deste grande pintor.

Sophia na Gulbenkian


(Provavelmente os carrinhos que estão no parapeito da janela são do Miguel Sousa Tavares.)

Nos dias 27 e 28 de Janeiro terá lugar nas instalações da Fundação Gulbenkian o COLÓQUIO INTERNACIONAL SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, promovido por Maria Andresen de Sousa Tavares e realizado com a colaboração do Centro Nacional de Cultura.

A confluência nestes três dias da cerimónia de entrega do Espólio, da abertura da Exposição e da realização do Colóquio visa sublinhar a importância da obra da Autora, ao mesmo tempo que se proporciona a investigadores portugueses e estrangeiros o acesso a documentos (autógrafos e outros) que possibilitarão novas perspectivas de estudo.

Para levar a cabo estes projectos foi determinante a cooperação do Centro Nacional de Cultura através do empenho do seu presidente, Guilherme d'Oliveira Martins, assim como de Teresa Tamen e Conceição Reis Gomes.

As iniciativas referidas assinalam a conclusão da primeira fase de trabalho sobre este Espólio, que consistiu na inventariação - organização, classificação e identificação - dos documentos. Estas tarefas foram realizadas entre Setembro de 2008 e Setembro de 2010, por Manuela Vasconcelos (técnica da BNP) e por Maria Andresen de Sousa Tavares, com a participação temporária de Luísa Sarsfield Cabral. O trabalho decorreu nas instalações do Centro Nacional de Cultura, que disponibilizou para esse efeito todo o apoio logístico necessário. A equipa contou com o apoio financeiro da Fundação Calouste Gulbenkian e do Banco Português de Investimento.





quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Sophia a salvo.


O espólio de Sophia de Mello Breyner Andresen será hoje oficialmente doado pela família da escritora à Biblioteca Nacional, em Lisboa, onde se inaugura também uma exposição sobre a sua vida e obra.
Entre o seu espólio encontram-se cadernos e folhas soltas com vários tipos de textos e esboços de projectos.
Na cerimónia - que se inicia pelas 16h00 e contará com a presença da ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas - será assinado o termo de doação do espólio de Sophia (1919-2004).

“São cadernos e folhas soltas com rascunhos e diferentes versões de vários tipos de textos, esboços de projectos, traduções; são cartas, agendas cheias de notas sobre afazeres do dia-a-dia (números de telefone, receitas de cozinha, contas domésticas), diários de viagem, desenhos, recortes de jornais com depoimentos e entrevistas, fotografias; são impressos que documentam gestos de solidariedade e envolvimento cívico e político”, descreveu Maria Andresen, filha da poeta.

Harmonia e Caos


Harmonia e Caos é uma serie de trabalhos de acrílico sobre cartão de 0,70xo,40 que pretendem entrar no mundo da contradição.
O equilíbrio do desequilíbrio onde um elemento na pintura ,por mais pequeno e humilde que seja pode mudar todo um discurso existente.
Uma pintura feita através dos dias onde a sua resolução pode suceder logo, ou ficar para a eternidade.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Não sou nada


Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
à parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.


(Fernando Pessoa)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Multiplicar a força para encontrar a Luz.


Multiplicar a força para encontrar a Luz.
Acrilico sobre madeira (1,70x0.80) com colagem de metal.

Uma pintura a pensar no simbólico.

A multiplicação de força no alicate dá-se pelo princípio de alavanca, podendo ser calculada através das Leis de Newton.
O Sol (do latim sol, solis) é a estrela central do sistema Solar. Todos os outros corpos do Sistema Solar, como planetas, planetas anões, asteróides, cometas e poeira, bem como todos os satélites associados a estes corpos, giram ao seu redor.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sherlock Holmes vai à Escola











Usar a figura de Sherlock Holmes para aguçar o apetite dos alunos para a aprendizagem do inglês.
O objectivo é eu transmitir em sala de aula pormenores das histórias deste importante detective, para que os alunos possam estar sempre com uma curiosidade latente ,e para que os professores de inglês consigam passar a matéria com os alunos mais entusiasmados.
Como apreciador e estudioso da obra de Conan Doyle tenho coleccionado varias peças de época que poderiam ser do detective, inventei uma doação que o próprio Sherlock me fez, oferecendo-me alguns dos seus objectos pessoais.
É esta caixa de objectos que levo para a sala de aula, utilizando técnicas de espectáculo e gerindo os diversos objectos que vou tirando da caixa lentamente, fazendo com que os alunos fiquem admirados, desconfiados e entusiasmados.
Um êxito, ainda hoje de manhã havia professores felicíssimos com o interesse dos alunos.
Vamos ver se este interesse dura.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Um Beckett certeiro ou a sucessão de individuos.


A Vida é um Hábito

O hábito é o balastro que prende o cão ao seu vómito. Respirar é um hábito. A vida é um hábito. Ou melhor, a vida é uma sucessão de hábitos, porque o indivíduo é uma sucessão de indivíduos [...] «Hábito» é pois o termo genérico para os inúmeros contratos celebrados entre os inúmeros sujeitos que constituem o indivíduo e os seus inúmeros objectos correlativos. Os períodos de transição que separam as consecutivas adaptações [...] representam as zonas perigosas na vida do indivíduo, perigosas, penosas, misteriosas e férteis, em que, por um momento, o tédio de viver é substituído pelo sofrimento de ser.

Samuel Beckett, in 'À Espera de Godot'

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Relembrando o Grande Max Roach




Tendo nascido em New Land, Carolina do Norte a sua família mudou para o Brooklyn quando Roach tinha quatro anos. Ele cresceu num contexto musical, sendo a mãe cantora de música gospel, e começou muito jovem a tocar clarim em bandas de música. Com dez anos ele já tovava bateria em algumas bandas de música gospel. Sua primeira grande apresentação foi em Nova York aos dezasseis anos, substituindo Sonny Greer numa performance com a Duke Ellington Orchestra.

Em 1942, começou a sair para os clubes de jazz da rua 52, em Manhattan. Ele foi um dos primeiros bateristas (juntamente com Kenny Clarke) a tocar o estilo bebop e atuou em bandas lideradas por Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Thelonious Monk, Coleman Hawkins, Bud Powell e Miles Davis. Roach tocou em grandes discos de Charlie Parker, incluindo a Savoy Session, em, um divisor de águas das gravações de jazz.

Em 1952, diplomou-se em percussão na Manhattan school of Music e no mesmo ano fundou, com Charles Mingus, a Debut Records.

Em 1954 contribuiu para a criação do estilo Hard Bop com um quinteto composto po Clifford Brown no trompete, Harold Land no saxofone tenor (substituído no ano seguinte por Sonny Rollins), Richie Powell no piano e George Morrow no contrabaixo. Após a morte de Powell e Brown num acidente rodoviário em 1956, Roach continuou a tocar em quinteto com Kenny Dorham, substituído por Booker Little (que morreria pouco depois, de uremia, com 23 anos) ao trompete, George Coleman no saxofone tenor e Ray Bryant ao piano. Com este quinteto Roach abandonou os standards "Hard Bop", utilizando os ritmos em 3/4 e os modos de valsa, culminando, em 1957, no álbum Jazz in 3/4 time.

Em 1960 compôs e gravou em parte "We Insist! Freedom Now suite", uma suite sobre as palavras de Oscar Brown Jr. para responder ao convite de contribuir à comemoração do centenário da "proclamação de emancipação", de Abraham Lincoln. Sua inclusão na "lista negra" da indústria fonográfica americana por parte dos anos sessenta impediu que o baterista contribuísse com a sua arte para comentar a experiência dos afroamericanos. Com o disco Drums Unlimited, composto quase exclusivamente de solos de bateria, demonstrou que a bateria é um instrumento capaz de realizar temas, variações e melodias. Essa experiência foi repetida e ampliada em 1980, quando gravou M'Boom, um álbum só de percussionistas (Ray Brooks, Joe Chambers, Omar Clay, Ray Mantilla, Warren Smith Freddie Waits, Kenyatta Abdur-Rahman, Fred King) com os quais efettuou diversos concertos nos anos seguintes.

Entre 1962 e 1970, Roach foi casado com a cantora Abbey Lincoln, presente em muitas de suas gravações.

Entre as gravações de Max Roach é importante ressaltar Money Jungle, de 1962, com um trio composto por Charles Mingus e Duke Ellington. Na contracapa do disco lê-se "Não um trio, um triunvirato".

Profundamente envolvido no ensino de jazz, em 1972 Roach integrou o corpo docente da Universidade de Massachusetts, em Amherst.

A partir de 2000, Roach tornou-se menos ativo em decorrência de uma enfermidade cerebral.

O músico obteve, ao longo de sua vida, um imenso número de premiações e homenagens. Foi um dos primeiros a receber o prêmio de "Gênio" pela Fundação MacArthur; venceu duas vezes o Grand Prix du Disque francês; foi eleito para o Hall da Fama da Sociedade Percussiva Internacinal e também para o da revista Downbeat; recebeu em Harvard o prêmio de "Jazz Master" (Mestre do Jazz); ganhou oito doutorados honoris causa, incluindo pela Universidade de Bologna, na Itália, e pela Universidade de Columbia, nos EUA

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Malangatana 1936-2011




Moçambicano, Malangatana faleceu aos 74 anos esta madrugada, no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, vítima de doença prolongada, segundo a direcção do hospital.

O pintor, nomeado pela UNESCO Artista pela paz em 1997 e, recentemente, doutor honoris causa, pela Universidade de Évora, vendeu os primeiros quadros há 50 anos e com o dinheiro arranjou uma casa e foi buscar a família para Maputo. Meio século depois, morreu um homem do mundo, um amigo de Portugal e um dos moçambicanos mais famosos.
Malangatana Valente Ngwenya nasceu a 6 de Junho de 1936 em Matalana, uma povoação do distrito de Marracuene, às portas da então Lourenço Marques, hoje Maputo.
Nos últimos 50 anos foi também muito mais do que pintor. Fez cerâmica, tapeçaria, gravura e escultura. Fez experiências com areia, conchas, pedras e raízes. Foi poeta, actor, dançarino, músico, dinamizador cultural, organizador de festivais, filantropo e até deputado, da FRELIMO, partido no poder em Moçambique desde a independência. Na verdade Malangatana viveu parte da sua adolescência junto dos colonos portugueses, os mesmos que o iniciaram na pintura, primeiro o artista plástico e biólogo Augusto Cabral (morreu em 2006) e depois o arquitecto Pancho Guedes. O pintor iria “nascer” nessa noite, quando Malangatana foi a casa de Augusto Cabral e o viu a pintar um painel. “Ensine-me a pintar”, pediu. E Augusto Cabral deu-lhe tintas, pincéis e placas de contraplacado. “Agora pinta”, disse ao jovem, ao que este perguntou: “pinto o quê?”. “O que está dentro da tua cabeça”, respondeu Augusto Cabral. O jovem viria a ter também o apoio de outro português, o arquiteto Pancho Guedes, que lhe disponibilizou um espaço na garagem de sua casa de Maputo e lhe comprava dois quadros por mês, a preços inflacionados. Em poucos meses Malangatana quis fazer uma exposição e foi, para espanto confesso de Augusto Cabral, um enorme sucesso.
Malangatana participou no projecto "À Conversa Com..." numa visita memorável à Biblioteca Municipal de Algés - Palácio Anjos, em 1998. Colaborou ainda como ilustrador no dicionário Português-Guitonga /Guitonga-Português (o principal dialecto falado na província de Inhambane, no Sul de Moçambique), edição da Câmara Municipal Oeiras publicada no âmbito dos projectos de cooperação da geminação Oeiras-Inhambane (ideia lançada em 1999 pelo escritor moçambicano Mia Couto).

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O Deus das Moscas de William Golding ou a sensação de poder.


Publicado originalmente em 1954, O Deus das Moscas de William Golding é um dos mais perturbadores e aclamados romances da actualidade.
Um avião despenha-se numa ilha deserta, e os únicos sobreviventes são um grupo de rapazes. Inicialmente, desfrutando da liberdade total e festejando a ausência de adultos, unem forças, cooperando na procura de alimentos, na construção de abrigos e na manutenção de sinais de fogo. A supervisioná-los está Ralph, um jovem ponderado, e o seu amigo gorducho e esperto, Piggy. Apesar de Ralph tentar impor a ordem e delegar responsabilidades, muitos dos rapazes preferem celebrar a ausência de adultos nadando, brincando ou caçando a grande população de porcos selvagens que habita a ilha. O mais feroz adversário de Ralph é Jack, o líder dos caçadores, que consegue arrastar consigo a maioria dos rapazes. No entanto, à medida que o tempo passa, o frágil sentido de ordem desmorona-se. Os seus medos alcançam um significado sinistro e primitivo, até Ralph descobrir que ele e Piggy se tornaram nos alvos de caça dos restantes rapazes, embriagados pela sensação aparente de poder.