
Encarar a Morte
A vida é a direcção que os ponteiros do relógio indicam, o rasto entre a mecânica mental e o gesto intemporal. Visite tambem "A mão contra a mente" (http://amaocontraamente.blogspot.com/) , blogue dedicado à minha pintura .
Podes ser puta
Musa emplumada
Passaro sem sangue
Barro sem parede
Podes cantar de noite
Pedir que os deuses te oiçam
Aproveitar a maré
Alugares os ouvidos aos outros
Mastiga tudo à tua maneira
Beija com boca de charroco
Ouve as lágrimas,ouve bem
Elas caem na tua alma
Que as cordas de violino
Te atazanem o juízo
E que o reino dos agudos
Te faça engolir o teu fel
(Amanhã pode não ser a repetição dos dias passados)
Estamos no meio de um tufão, que é a soma de ventinhos inofensivos
João Silva
"É uma explosão de prazer ver que, afinal, o trabalho não foi ignorado", disse, ontem, ao JN, Júlio Resende, na inauguração do "Espaço Ribeira Negra", no edifício da Alfândega, no Porto, que albergará, definitivamente, o painel com o mesmo nome, que já ali se encontra exposto há três anos.
A instalação definitiva desta obra de Resende, de 40 metros, oferecida pelo pintor à cidade há vários anos, veio assim atenuar algum descontentamento antigo do artista, uma vez que o trabalho esteve durante vários anos encaixotado nos armazéns da Câmara do Porto, cujo presidente, Rui Rio, não esteve presente, tendo-se feito representar pela vereadora da Cultura, Guilhermina Rego.
A ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, Manuel Pizarro, secretário de Estado da Saúde, e Isabel Santos, governadora civil do Porto, marcaram, igualmente, presença. De acordo com Júlio Resende, a colocação do painel num lugar digno de ser visto por muita gente é, antes de mais, "um momento justo para mim. E o que posso dizer é que agora, recuando no tempo, fazendo um pouco de história do painel, o tempo que perdi nele não foi inglório. Pelo contrário, proporcionou-me este momento de grande alegria e de prazer".
Para Gabriela Canavilhas, Júlio Resende é, indiscutivelmente, um dos maiores artistas portugueses da segunda metade do século XX e "este trabalho vem, na prática, demonstrar a grandiosidade e o talento do pintor".
A ministra considerou, por outro lado, que a permanência do painel "Ribeira Negra" no edifício da Alfândega - que agora comemora 150 anos - "proporcionará um excelente diálogo entre a contemporaneidade e o antigo, estabelecendo, desde aí, uma relação saudável de identidades".
Simultaneamente à inauguração do espaço do painel, foi aberta ao público uma mostra de obras recentes de Resende, tendo a ocasião sido aproveitada para distribuir uma serigrafia comemorativa dos 150 anos do edifício da Alfândega.
ANTÓNIO DAMÁSIO OS CIENTISTAS DEVIAM SER TAMBÉM PENSADORES
Com O Livro da Consciência (Círculo de Leitores/Temas e Debates), o mais conceituado neurocientista português vem mais uma vez desassossegar as nossas percepções sobre aquilo que faz de nós, humanos, por vezes demasiado humanos. António Damásio confessa ainda as suas tentações literárias e admite que um dia poderá publicar os textos que guarda na gaveta.
Herbie Hancock estará de volta a Portugal para um concerto no Campo Pequeno, Lisboa, no dia 7 de Desembro de 2010. Herbie Hancock, uma lenda do Jazz vai apresentar o novo projecto, The Imagine Project. Os bilhetes para o concerto variam entre 22 e 68 euros.
The Imagine Project contou com a participação de muitos famosos, entre eles: Dave Mathews, Anoushka Shankar, Jeff Beck, The Chieftains, John Legend, India Arie, Seal, Pink, Juanes, Derek Trucks, Céu, Susan Tedeschi, Chaka Khan, K´Naan, Wayne Shorter, James Morrison, Lisa Hannigan, etc
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Neste número, onde fazemos o balanço dos 100 anos da República, reunimos cerca de três dezenas de textos, que, uma vez mais, nos chegaram dos mais diferentes lugares do espaço lusófono, de insignes personalidades da nossa Cultura. Como sempre, as perspectivas são diversas, mas, em todas elas, se sente, em maior ou menor medida, um travo de insatisfação – sinal de que a promessa republicana, 100 anos após a sua instauração, está ainda muito longe de poder ser dada por cumprida. Como defenderam os nomes maiores da Renascença Portuguesa, a República não se cumpriria pela mera substituição do Chefe de Estado – de Rei hereditário para Presidente eleito. Muito para além disso, a República, para a geração da Renascença Portuguesa, era uma promessa de maior alcance, em prol da constituição de uma verdadeira Comunidade. 100 anos após a instauração dessa promessa, verificamos que ela ainda não se cumpriu. Mas não ficamos pela mera lamentação, como, infelizmente, é costume entre nós. Antes abrimos horizontes para que essa tão generosa promessa se possa finalmente cumprir, também aqui seguindo o exemplo das pessoas da Renascença Portuguesa: pessoas que tinham um amplo e profundo sentido da Cultura, que incluía – diríamos mesmo: que exigia – um forte empenhamento social e político, ainda que não necessariamente partidário.
Para além de evocarmos o Centenário da República, quisemos, neste número, assinalar quatro efemérides: o bicentenário do nascimento de Alexandre Herculano; o centenário do nascimento de Miguel Reale; o cinquentenário do falecimento de Jaime Cortesão; o ano da morte de António Telmo, colaborador da NOVA ÁGUIA desde o primeiro número, que nos deixou no dia 21 de Agosto. Uma vez mais, a NOVA ÁGUIA celebra, de forma assumida e descomplexada, os nomes maiores da nossa Cultura.
A par das rubricas habituais, houve ainda espaço, neste número, para regressarmos ao tema da Europa, numa secção em que se destaca um texto de Dalila Pereira da Costa, igualmente colaboradora desta revista desde a primeira hora.
Como tem acontecido a propósito de todos os números da NOVA ÁGUIA, também este será apresentado por todo o país e, na medida do possível, por todo o espaço lusófono. Realizaram-se já, ao todo, duas centenas de sessões de apresentação da NOVA ÁGUIA. Neste último semestre, destaque-se o facto de termos chegado ao Bairro Português de Malaca.
O tema do próximo número, a sair no primeiro semestre de 2011, será «Fernando Pessoa: "Minha pátria é a língua portuguesa" (nos 15 anos da CPLP)». Nele procuraremos, a partir da obra pessoana, pensar o presente e o futuro da Comunidade Lusófona, numa perspectiva aberta ao mundo. Essa tem sido sempre, como se sabe, a visão distintiva da NOVA ÁGUIA.