quarta-feira, 28 de março de 2012

O RESTO É INVERSÃO DE VALORES




Sabedoria - Pintura de João Silva - Acrílico sobre tela 1,00 x 1,00



‎"Aquilo que mais profundamente caracteriza a vida do ser humano é a sua capacidade de conhecer o mundo, combinada com a sua capacidade de nele intervir e o modificar, através da criação de ferramentas materiais e simbólicas. A relação entre o aprender e o trabalhar supõe uma retroacção circular ente a mão e o cérebro, porque todo o conhecimento é “coisa mental” tal como a pintura, exigindo acção".






Mário Dionisio

segunda-feira, 26 de março de 2012

A Pergrinação de Fernão Mendes Pinto



Na «Peregrinação» o autor narra a sua vida, de aventuras e desventuras, e as suas viagens pelo Oriente, ao longo de 21 anos, em relatos de enorme riqueza, com descrições muito pormenorizadas dos povos, das línguas e das terras por onde passou. Estas descrições revelam uma enorme admiração e fascínio pela grandiosidade dessas civilizações. Chega, inclusive, a recorrer a personagens orientais para tecer críticas à cobiça e ambição dos mercadores e militares ocidentais. Por outro lado, no Ocidente da época ninguém acreditava que o Oriente fosse assim tão rico e tão diferente quanto a tradições culturais. Por estes factos, o autor é acusado por muitos de exagero, tendo ficado célebre o dito popular «Fernão, Mentes? Minto!» Hoje é consensual o valor histórico e literário da sua obra, feita de elementos verídicos e de ficção. Suspeita-se que algumas partes dos seus escritos tenham sido destruídas pelos Jesuítas aquando da Inquisição.À época da sua publicação, «Peregrinação» torna-se um sucesso, um pouco por toda a Europa, pelos conhecimentos amplos sobre o Oriente. Nos anos seguintes, teve dezanove edições, em seis línguas.Biografia Fernão Mendes Pinto nasceu por volta de 1509 e foi contemporâneo do auge do período da expansão marítima portuguesa. A primeira edição de «Peregrinação» data de 1614 e a vida do autor pode ser entendida como estando dividida em três fases.

Simplicidade



Antonio Tabucchi 1943-2012









O escritor italiano Antonio Tabucchi morreu de cancro, em Lisboa, aos 68 anos. Tabucchi tinha uma longa ligação com Portugal e era considerado um dos nomes maiores da literatura europeia.


Autor de livros como “Afirma Pereira” (1994), obra premiada e que foi adaptada ao cinema com Marcello Mastroianni no papel principal, e "Notturno Indiano" (1984), era também professor de Língua e Literatura Portuguesas na Universidade de Siena. Um último livro de Tabucchi, "O Tempo Envelhece Depressa", será editado no próximo mês pela Dom Quixote.Nascido em Pisa, em 1943, cresceu numa pequena povoação próxima daquela cidade. Filho de um comerciante de cavalos, estudou línguas e filosofia, antes de decidir viajar pela Europa. Em Paris, na Sorbonne, descobriu, traduzida para francês, uma colectânea de poemas de Fernando Pessoa (que incluía a "Tabacaria"), por cuja obra se apaixonou, decidindo estudar português para melhor compreender o poeta. Tabuchi conhecia Portugal desde os 22 anos e considerava-o o seu "país de adopção". É autor de ensaios sobre o trabalho de Pessoa e, com a companheira, Maria José de Lencastre, traduziu e dirigiu a edição italiana dos textos do autor. “Veio a Portugal no princípio dos anos 60, conheceu vários portugueses, entre os quais Alexandre O’Neill, de quem ficou muito amigo. A partir daí nunca mais perdeu de vista Portugal. Casou-se com uma portuguesa”, recordou Maria da Piedade Ferreira, a primeira editora de Antonio Tabucchi, então na Quetzal, e que recentemente voltou a trabalhar com o escritor na Dom Quixote.O livro “Afirma Pereira", um romance político sobre um jornalista português em finais da década de 1930 que vivia alheado da ditadura salazarista, valeu-lhe dois prémios italianos – Via Reggio e Campiello – e o prémio internacional Jean Monet.Em 1991, escreveu, directamente em português, o romance "Requiem. Uma alucinação", que se passa em Lisboa e no qual um autor italiano se encontra com o espírito de um poeta português já morto.Segundo Maria da Piedade Ferreira, a cultura portuguesa está muito reflectida na primeira fase da obra do autor, principalmente o Portugal anterior ao 25 de Abril. “Toda a obra dele está ligada a Portugal.”“Tabucchi foi um embaixador da cultura portuguesa na Itália e na França”, acrescentou, dando como exemplo o caso da editora Christian Bourgois, que publicou os seus livros em França e que começou a editar a obra de Fernando Pessoa no final da década de 1980.Entre outras obras, Antonio Tabucchi escreveu uma comédia teatral sobre Pessoa. Recebeu o Prémio Médicis, por “Notturno Indiano”. “Pequenos equívocos sem importância”, “Une baule pieno di gente”, “Os últimos três dias de Fernando Pessoa”, “A cabeça perdida de Damasceno Monteiro” e “Está a fazer-se cada vez mais tarde” são outros títulos do autor.Segundo Maria da Piedade Ferreira, o último livro de Tabucchi, ainda por publicar, é um conjunto de nove histórias que estão relacionadas “com a passagem do tempo, com a memória”. Nos próximos três anos, a Dom Quixote vai lançar onze livros de Tabucchi, entre novidades e reedições, avançou a editora.O autor escrevia regularmente na imprensa e era um acérrimo defensor da liberdade de expressão. Em 2009, foi processado pelo presidente do Senado italiano, Renato Schifani, na sequência de um artigo publicado no jornal "L'Unità", no qual o escritor se colocara ao lado de um jornalista que, no mesmo jornal, notara que os perfis sobre Schifani não mencionavam as ligações do político a pessoas condenadas por laços à máfia. O processo acabou por não ser concluído.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Juan Gris - 125 anos depois.









Juan Gris, pseudónimo de Juan José Victoriano González (Madrid, 23 de março de 1887 - Boulogne-Sur-Seine, 11 de maio de 1927)[1], foi um dos mais famosos e versáteis pintores e escultores cubistas espanhóis. Apesar de ter falecido jovem, Juan Gris representa o expoente máximo do cubismo sintético.
Iniciou a sua formação ingressando na
Real Academia de Belas-Artes de São Fernando. Após este período tornou-se aluno do pintor José Moreno Carbonero, começando também a ilustrar algumas revistas modernistas de poesia da época.
No ano de
1906, mudou-se para Paris, a "cidade-luz", centro mundial das artes. Ali conhece artistas como Guillaume Apollinaire, André Salmon, Max Jacob e, o que mais o marcou e influenciou, Pablo Picasso. Através deste último, conhece também Georges Braque.
Em 1912, passou, finalmente, a integrar o movimento cubista, tornando-se assim, conhecido em todo o mundo. Celebrou também, a sua primeira exposição individual, realizada na
Galeria Sagot.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Poesia de Ruy Belo

DIA MUNDIAL DA POESIA




SEM LIMITE






DIA MUNDIAL DA POESIA

NO CCB ONDE TODOS OS POETAS ESTÃO VIVOS COMEMORA-SE O DIA MUNDIAL DA POESIA COM UMA SÉRIE DE ACTIVIDADES FESTIVAS ABERTAS AO PÚBLICO, ORGANIZADAS EM PARCERIA COM O PLANO NACIONAL DE LEITURA.Com o objectivo primeiro de defesa da diversidade linguística, a UNESCO decidiu, em 1999, proclamar o dia 21 de Março Dia Mundial da Poesia.Excepcionalmente, e porque este ano o dia 21 de Março é Sexta-Feira Santa, vamos comemorar o Dia Mundial da Poesia no sábado, dia 22 de Março. Venha comemorar connosco este dia, entre as 14:00 e as 20:30.
22 Mar 2008 - 12:00 às 20:30
Para todo o público
VÁRIOS LOCAISEntrada pela Recepção do Módulo 1 ou pelo Foyer dos Auditórios/Praça Museu
ENTRADA LIVRE
O Plano Nacional de Leitura (Ministérios da Educação e Assuntos Parlamentares) e o Centro Cultural de Belém (Ministério da Cultura) associaram-se para assinalar a data, no ano de 2008. O programa, que se estenderá das 12:00 às 20:30, ocupando todo o piso térreo do Centro de Reuniões, inclui uma feira do livro de poesia, conferências, audição de DVDs de poetas, uma exposição de poesia visual e culminará com um espectáculo no Grande Auditório.
ProgramaEspaço de Troca FOYER GRANDE AUDITÓRIO12:00 - 18:00Neste espaço não é permitido dinheiro. Faça-se acompanhar por um livro (ou mais) que já tenha lido e dirija-se ao Espaço de Troca – aí pode trocar o seu livro por outro, tão simples como isso.Feira do Livro de Poesia RECEPÇÃO MÓD.112:00 - 20:30Pode comprar o livro do seu poeta preferido no espaço reservado para o efeito, gerido pela Sodilivros, no foyer da recepção do Módulo 1, junto ao envidraçado da rampa e, eventualmente, no espaço exterior. Exposição de Ana Hatherly GALERIA MÁRIO CÉSARINY 12:00 - 19:00Exposição de poesia visual (desenho e pintura) de Ana Hatherly.A exposição vai estar aberta ao público de 22 de Março a 20 de Abril, nos seguintes horários: De 2ª a 6ª > das 14:00 às 18:00 Sábado, Domingo e Feriados > das 14:00 às 20:00
Espaço de Fazer Poesia SALA EUGÉNIO DE ANDRADE 12:00 - 18:00Espaço especialmente vocacionado para um público interessado em compor, desenhar ou pintar poesia, onde não irão faltar poetas e artistas plásticos que o vão ajudar a encontrar inspiração. Dos 2 aos 99 anos

Diga lá um Poema PASSAGEM 1/2 12:00 -18:00Poesia dita por pessoas conhecidas ou pelo público.O Espaço é montado como um estúdio de gravação, com um estrado e um microfone.O público é convidado a dizer poesia frente a uma câmara. As gravações são passadas em simultâneo no foyer dos Auditórios, e em diferido junto à Sala de Leitura, em televisores montados para o efeito.Convidados: José Jorge Letria, José Fanha e Luisa Ducla Soares
As Faces do Poeta FOYER NORTE RECEPÇÃO MÓD.1 12:00– 19:00Projecção de vídeos de poesia dita por poetas e actores.
O Canto dos Poetas PASSAGEM SUL 1/212:00 – 19:00Doze televisores formam um videowall onde vão passando imagens de poetas ao mesmo tempo que se ouve poesia dita por poetas ou actores, gravadas em CD.

De viva voz SALA LUÍS DE FREITAS BRANCO 14:00 -18:00 Poetas, actores e outros convidados dizem poesia sua e dos outros. Quatro actores:Suzana Menezes diz Natália CorreiaPedro Lamares diz Al BertoBeatriz Batarda diz Sophia de Mello Breyner AndersenDiogo Dória diz Herberto Hélder
Poetas: Ana Hatherly, Ana Luisa Amaral, Fernando Luís Sampaio, Gastão Cruz, Nuno Júdice, Manuel Alegre, Pedro Tamen e valter hugo mãeAlinhamento:14h00 – Boas vindas e apresentação do programa – António Mega Ferreira diz “Liberdade” de Fernando Pessoa14h15-14h30 – Ana Hatherly 14h30-14h45 – Diogo Dória diz Herberto Hélder14h45-15h00 – Nuno Júdice15h00-15h15 – Suzana Menezes diz Natália Correia15h30-15h45 – Pedro Lamares diz Al Berto15h45-16h00 – Gastão Cruz16h15-16h30 – Beatriz Batarda diz Sophia de Mello Breyner16h30-16h45 – Pedro Tamen16h45-17h00 – Ana Luísa Amaral17h00-17h15 – valter hugo mãe17h15-17h30 – Fernando Luís Sampaio17h30-17h45 – Manuel Alegre
Conferências Conversas SALA DE LEITURA 15:00 - 18:00
15:00 – 16:00 > Fernando Pinto do Amaral fala sobre a poesia de Cesário Verde16:30 – 17:30 > Osvaldo Silvestre fala sobre a poesia de Luis Quintais
Espectáculo Uma canção para ouvir-te chegar GRANDE AUDITÓRIO 18:30 - 20:30 Pedro Moutinho e Mafalda Arnauth cantam poetas portuguesesLuís Lucas e Luísa Cruz dizem poetas portuguesesAlinhamento: - Luísa Cruz diz “Ao longe os barcos de flores” de Camilo Pessanha - Pedro Moutinho canta “Não disse nada amor” de António Lobo Antunes “O Medo de acordar” de Aldina Duarte “Colchetes d’Oiro” de Henrique Rego - Luísa Cruz diz “Quando eu vir vaguear pordentro da casa” de Fiama Hasse Pais Brandão - Pedro Moutinho canta “Contemplo o que não vejo” de Fernando Pessoa “Na tua Rua” de Manuel Alegre “O meu amor anda em fama” de João Ferreira Rosa - Luísa Cruz e Luís Lucas dizem “Aniversário” de Álvaro de Campos - Luís Lucas diz “Canção duma sombra” de Teixeira de Pascoaes - Mafalda Arnauth canta “Por onde me levar o vento” de Mafalda Arnauth/Triplicado “Cavalo à Solta” de Ary dos Santos/Fernando Tordo “Índios da Meia Praia” de Zeca Afonso - Luís Lucas diz “Ácidos e Óxidos” de Ruy Belo - Mafalda Arnauth canta “As fontes” de Sophia de Melio Breyner/Luis Oliveira “Maria Lisboa” de David Mourão Ferreira/Alain Oulmain “No teu poema” de José Luis Tinoco - Luís Lucas diz “Poema podendo servir de posfácio” de Mário Cesariny

segunda-feira, 19 de março de 2012

INCORRETO / CORRETO



Nova Águia nº9 - Revista de Cultura para o Século XXI



EDITORIAL
Em Janeiro de 1912, Teixeira de Pascoaes escrevia: “Neste momento genesíaco e caótico da nossa Pátria, é necessário que todas as forças reconstrutivas se organizem e trabalhem, para que ela atinja rapidamente a sonhada e desejada harmonia.”. Segundo Raul Proença, importava “dar uma alma nova à nossa nacionalidade, despertar a acção e vida nesta existência e modorra”.Decorridos 100 anos sobre a génese da Renascença Portuguesa, que um dia Jaime Cortesão havia sonhado, com o propósito “de fundar uma Associação dos artistas e dos intelectuais portugueses, com o fim principal de exercer a sua acção isenta de facciosismos políticos”, uma “acção social orientadora educativa”, o seu legado está ainda por se cumprir.Tendo sido criada para dar uma orientação maior, superior, à República, esta, infelizmente, preferiu seguir outros caminhos, mais imediatos, com os resultados que se conhecem. Por isso, ficou a promessa da Renascença Portuguesa parcialmente adiada, não obstante todas as sementes que então se lançaram à terra e alguns frutos que, na época, ainda foi possível colher: falamos, em particular, das Universidades Populares e da ainda hoje impressionante série de edições, que visavam promover uma elevação cultural e cívica de todo o povo português.Na altura, a Renascença Portuguesa foi, de facto, o mais marcante movimento cultural e cívico, que agregou as mais insignes personalidades da época, sendo, ao mesmo tempo, a voz de uma nova geração que emergia e se afirmava. Se o seu legado não se cumpriu plenamente, o seu exemplo de dedicação à comunidade pátria persiste por inteiro ainda hoje, para que as gerações de hoje cumpram esse legado, essa tarefa.Por tudo isso, a NOVA ÁGUIA evoca, neste número, os 100 anos da Renascença Portuguesa. Se há 100 anos importava fazer renascer Portugal, quem não dirá o mesmo hoje? Se Portugal há 100 anos parecia morto, quem, hoje, dirá o contrário? Ao evocarmos os 100 anos da Renascença Portuguesa, evocamos pois uma memória viva, de tal modo que quisemos aqui, neste número, olhar sobretudo para a futuro, para a frente. Daí a questão que colocámos: como será Portugal daqui a 100 anos? Decerto, um desafio ousado, mas quisemos sobretudo abrir Horizontes, porque sem Horizontes não há caminho que valha.*Constituindo, essa, a secção principal, houve espaço, como sempre tem acontecido, para outras temáticas. Assim, para além de textos ainda sobre Álvaro Ribeiro (autor destacado no número anterior), publicamos, neste número da NOVA ÁGUIA, textos sobre outras figuras, nomeadamente sobre algumas personalidades mais ligadas à Renascença Portuguesa: falamos, entre outros, de Sampaio Bruno, Guerra Junqueiro e Jaime Cortesão.Como sempre, houve também lugar para outros voos – nomeadamente, até à Galiza (“Ernesto Guerra da Cal, Mestre da Nova Galeguidade. Notas para um Centenário”), ao Brasil (“Sílvio Romero: O Elemento Português no Brasil”), a Timor-Leste (“A Lusofonia em Timor-Leste – Além da mera sobrevivência da Língua Portuguesa”) e a Cabo Verde.A respeito da Mátria de Cesária Évora – cuja memória aqui sentidamente evocamos –, publicamos, de resto, três textos: de António Braz Teixeira (“A Saudade na Poesia da Claridade”), de Elter Manuel Carlos (“A singularidade da leitura do olhar cabo-verdiano”) e de Adriano Moreira – falamos do Discurso que proferiu, recentemente, ao aceitar o título de Doutoramento Honoris Causa por parte da Universidade do Mindelo: “Uma Meditação sobre a Universidade”.Depois de já termos publicado três números sobre personalidades ligadas à Renascença Portuguesa – Teixeira de Pascoaes, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva (para além do número que dedicámos aos “100 anos d’A Águia”) –, o mesmo acontecerá, de novo, já no próximo número, cujo tema maior será: “Leonardo Coimbra – Razão e Espiritualidade: nos 100 anos d’O Criacionismo (Esboço de um Sistema Filosófico)”. Uma vez mais, um grande número da NOVA ÁGUIA em perspectiva.

terça-feira, 13 de março de 2012

Arqueologia do Norte alentejano

Universidade de Lisboa premeia Eduardo Lourenço



No primeiro livro inteiramente dedicado ao ensaísmo de Eduardo Lourenço que se publicou, no já distante ano de 1997, Maria Manuela Cruzeiro fala em duas opções «antagónicas e redutoras» que seria possível tomar na hermenêutica da obra do autor de O Labirinto da Saudade. São elas: por um lado, «a análise crítica a partir de princípios metodológicos claros e rigorosos»; por outro «o panegírico celebratório que, por vezes, se confunde com o mais modesto plágio». Manuela Cruzeiro visa, em Eduardo Lourenço. O Regresso do Corifeu (Lisboa, Editorial Notícias, Col. Ciência Aberta) trilhar um outro caminho, procurando assim superar o discurso habitual que, em Portugal, se costuma produzir sobre o ensaísta e que, segundo ela, «tem oscilado entre os dois excessos de amor e ódio» (p. 9). Não é este o lugar para discutir nem a grelha de leitura (ou melhor, de desleitura) de que Manuela Cruzeiro se pretende distanciar, nem se esse objectivo é, no livro de que estamos a falar, alcançado. O Regresso do Corifeu é uma obra ainda hoje extremamente importante não só pelas pistas que abre como pelas questões que suscita (e são muitas...).Ler Eduardo Lourenço lembrou-se da expressão panegírico celebratório quando, esta manhã, tomou conhecimento, ao abrir (como sempre o faz) o Diário de Notícias, que a Universidade de Lisboa decidiu atribuir o seu Prémio 2012 a ... Eduardo Lourenço! Desfaça-se, desde já, qualquer equívoco. Não se contesta nem a justeza, nem a pertinência da decisão. Seria pelo menos absurdo fazê-lo. O Júri, composto por personalidades de indiscutível mérito científico e cultural, deliberou «após uma votação que se pautou pela unanimidade da escolha». No entanto, a reacção de Eduardo Lourenço não deixa de ser significativa. «Fui informado há poucos minutos deste [Prémio] e já recebi um telefonema de um amigo meu a brincar com a situação: “Agora é só prémios!” É que este foi tão próximo do Prémio Pessoa que ainda não estou refeito da novidade. Por um lado é ineseperado, por outro é tão próximo que as pessoas até vão pensar que eu ando a concorrer aos prémios, coisa que nem me passaria pela cabeça.»

segunda-feira, 12 de março de 2012

João Silva pintura -Três Grandes Luzes ( Acrílico sobre madeira - 1,6​0x0,7o)






Três são as Virtudes morais que devem ornar o espírito e ocoração de qualquer ser humano, especialmente do Maçom: Fé, Esperançae Caridade. O Três ainda pode ser estudado sob outros pontos de vista: Do Tempo: Presente, Passado e Futuro; Da Vida: Nascimento, Existência e Morte. Da Família: Pai Mãe e Filho; Da Trindade Cristã: Pai, Filho e Espírito Santo; Da Constituição do Ser: Espírito, Alma e Corpo.Finalmente é sobre três importantíssimos pontos que se deve apoiartodo Maçom que se preze e se julgue digno de ser chamado de Ir:LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE. É num ponto eqüidistante desteTriângulo Sagrado que se deve colocar o verdadeiro Maçom e aí se apoiar, pois é que uma base quadrada que se origina uma Pirâmide, aqual em sua ascensão para a Unidade tem seus quatro lados formados porum Triângulo.






JL 1081 nas bancas


Jl 1081 nas bancas!
Livrarias, um mundo em mudança, é o tema deste JL, onde se traça um panorama e se descobrem os principais desafios das lojas portuguesas. Câmara Lenta é o novo 'filme-poema', de Fernando Lopes, falamos com o ator Rui Morrison e fazemos a crítica. O primeiro romance de Alexandra Lucas Coelho, entrevista à escritora-jornalista. Álvaro Domigues, o urbano e o rural. Crónicas de Carlos Reis, Fernando Guimarães, Guilherme d'Oliveira Martins, Jorge Listopad, José Luís Peixoto, Miguel Real, Valter Hugo Mãe e Viriato Soromenho Marques.

Veja o filme da TV Amadora sobre a exposição dos alunos do Projeto 12-15 " VOAR COMO UM PÁSSARO"




Voar como um pássaro ou,da históra da aviação na Amadora aos nossos dias.
















































A exposição “Voar Como um Pássaro” pretende evocar os gloriosos anos da historia da Aviação da Amadora até aos dias de hoje, mostrando-a através dos olhos dos alunos da Escola Intercultural . Pretende também abordar essa vontade mítica de voar que tem acompanhado o homem através dos tempos.
Tudo começou no ano de 1912 quando em terras da Amadora se organizou um concurso de papagaios que serviu de mote para que a aeronáutica nacional desse os primeiros passos e aqui se instalasse entre os anos de 1912 e 1938.
Quisemos que os alunos tomassem conhecimento desses inúmeros momentos marcantes.Com esse objetivo, organizámos ateliês de pintura e escultura ,desenvolvemos visitas de estudo, introduzimos o tema em todas as aulas com o apoio de todos os professores, frequentámos a biblioteca municipal, pedimos a colaboração do museu da TAP, que prontamente se disponibilizou, e descobrimos um centenário que nos veio parar às mãos ao percebermos que tudo começou em 1912.
Assim, trabalhámos com os alunos o interesse e, ao mesmo tempo, posicionámo-nos com eles dando-lhes a noção de tempo ,noção essa que muitas vezes lhes escapa.
Nada melhor que esta frase de Agostinho da Silva para traduzir o espirito das vivências em sala de aula que culminaram com esta exposição.
“ O que impede o saber não são nem o tempo nem a inteligência, mas somente a falta de curiosidade”

João Silva
Musico, Artista plástico, Formador e Aprendiz.