quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Eu quero ser tambor !



..."Oh,velho Deus dos homens
eu quero ser tambor

enem rio e nem flore
nem zagaia por enquanto
e nem mesmo poesia.
Só tambor ecoando a canção da força e da vida
só tambor noite e dia
dia e noite só tambor
até à consumação da grande festa do batuque!
Oh, velho Deus dos homens
deixa-me ser tambor
só tambor!



JOSÉ CRAVEIRINHA - Moçambique

MOONFIRE




Norman Mailer publicou em tempos na revista Life, uma série de 3 artigos sobre a primeira viagem dos homens à Lua, que ficaram na memória de muita gente. Em 1971, os textos foram reunidos em livro, livro esse que surge agora em português na versão da editora Taschen, que já o tinha lançado no ano passado na altura dos 40 anos da Apollo 11. O livro é muito interessante, não só pelos textos de Mailer, como também pelas fotos da época. Várias das fotos não eram conhecidas do grande público, eu próprio vi fotos que nem sequer conhecia. Foi uma bela surpresa ver a tradução em português, que aparentemente não tem erros, embora não tenha tido uma revisão científica do texto. Mas é de facto um livro belo que nos faz viajar no tempo, à época gloriosa da Apollo 11.


José Matos

Agostinho da Silva - Pedagogia e Economia Competitiva

O Ano que Mudou Portugal




1961 - O Ano que Mudou Portugal (João Céu e Silva)1961 foi um ano marcante por várias razões: o desvio, com fins políticos, do paquete Santa Maria e de um avião da TAP; a oposição das Nações Unidas à política colonial de Salazar; a descoberta de que o governo de John Kennedy financiava os movimentos independentistas do ultramar; o massacre dos brancos em Angola, que deu início a uma guerra que duraria 13 anos e afectaria directamente mais de um milhão de portugueses.Um relato diário do ano de 1961, fundamentado com uma série de depoimentos de protagonistas políticos importantes, historiadores, militares e escritores.

Henrique Galvão



A história de um homem corajoso, sem medo dos poderes instalados que atravessou de forma desassombrada o século XX.
Sobre o Livro
A vida de Henrique Galvão é a de um herói português desassombrado que lutou sempre, com inalterável firmeza e fidelidade, por aquilo em que acreditava.
Em 1961, Portugal e o mundo foram surpreendidos com o desvio do paquete de luxo Santa Maria, que navegava a caminho de Miami. O comandante dos revoltosos era Henrique Galvão. O que leva um capitão do Exército, antigo defensor de Salazar, a um gesto desta natureza?
Apoiante convicto do Estado Novo, que ajudou a criar ao participar na revolução de 28 de Maio de 1926, Henrique Galvão foi passando de salazarista fervoroso a desiludido pelo rumo da política nacional, até se tornar num acérrimo oposicionista. Como se operou esta transformação, quais os motivos e as circunstâncias que lhe estão subjacentes? Estas e outras interrogações encontram neste livro uma resposta assente em factos comprovados e política e socialmente enquadrados.
Obra emocionante, baseada em inúmeros documentos inéditos e fotografias nunca reveladas ao público, Henrique Galvão – Um herói português, mais do que uma biografia de uma personalidade singular, é, em definitivo, o livro que faltava para compreender melhor um dos intervenientes mais notáveis da vida política nacional do último século e da História Contemporânea de Portugal.
Sobre o Autor
Francisco Teixeira da Mota é advogado. Licenciado pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e pós-graduado pelo Instituto da Comunicação Social da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Colunista do jornal Público desde a sua fundação, foi co-autor, com Paula Moura Pinheiro, de “Falatório”, programa da RTP 2 dedicado à justiça, e participou em “A Torto e a Direito”, programa semanal na TVI 24. É autor das obras Escrever Direito e Faça-se Justiça!, que reúnem crónicas de temática jurídica e Alves Reis – Uma história portuguesa.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Os Ultimos Dias. No mínimio perturbante.



Cinco judeus hungaros, agora cidadãos dos Estados Unidos contam as suas Histórias anteriormente a 1944, de quando os nazis começaram a exterminar os judeus hungaros, acerca dos meses nos campos de concentração e visitando as suas casas da infância 50 anos mais tarde. Muitos dos depoiamentos são pequenos detalhes pessoais: Renée a pôr o seu fato de banho na mala, Irene a esconder os diamantes que a sua mãe lhe deu para ir comprar pão, o jazigo de Klara feito pela sua irmã Alice, Bill a fugir à polícia infiltrando-se numa fila de judeus a caminho de Buchenwald, e Tom a que foi ordenado por um soldado dos Estados Unidos que "comesse todas as estúpidas bananas e laranjas que conseguisse comer".Um historiador, um Sonderkommando (nome dados aos prisioneiros encarregues dos trabalhos nas câmaras de morte), um médico que efectuou experiências em prisioneiros de Auchwitz, e soldados norte americanos que fizeram parte da libertação de Abril de 1945 também enriquecem este documentário com os seus depoiamentos autobiográficos.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

20 anos do Guimarâes Jazz





O festival Guimarães Jazz celebra em 2011, vinte anos de existência, mantendo a sua linha de escolhas musicais e ideia de programação bem definida, sem entrar em ruptura com o seu passado.
Com uma identidade singular, patente não só na abrangência, abertura e carácter multifacetado dos seus alinhamentos, como também no público heterogéneo e comprometido com as propostas nele apresentadas.
O concerto de abertura, no dia 10 de Novembro, apresentará a Roy Haynes Fountain of Youth Band - quarteto formado pelo baterista Roy Haynes, figura fundamental da história do jazz que tocou com os maiores músicos deste género e ocupa hoje um lugar de preponderância na tradição da bateria. Do quarteto fazem parte o pianista Martin Bejerano, o contrabaixista David Wong e o saxofone alto Jaleel Shaw. Este espectáculo constitui um momento de cruzamento geracional entre um representante do passado vivo do jazz e jovens instrumentistas, força actual desta música.
No o dia seguinte (11 de Novembro) apresenta-se o Steve Swallow Quintet, com a presença incontornável de Carla Bley (órgão) e um conjunto de músicos de grande nível como Chris Cheek (saxofone tenor), Steve Cardenas (guitarra) e Jorge Rossy (bateria). Steve Swallow, líder do grupo, possui uma carreira impressionante, quer como instrumentista, quer como compositor (as suas composições foram interpretadas, entre outros, por Gary Burton, Art Farmer e Stan Getz).
No primeiro sábado do festival (12 de Novembro) o festival propõe, à imagem do que foi feito em edições anteriores, revisitar uma das mais exploradas configurações clássicas do jazz: um trio de piano, contrabaixo e bateria: o pianista Cedar Walton, acompanhado por David Williams no contrabaixo e por Willie Jones III na bateria.
O Projecto TOAP/Guimarães Jazz terá, este ano, a sua sexta edição. Sendo uma criação do festival, afirma-se como uma das suas propostas fundamentais. O Projecto terá a sua apresentação no dia 13 de Novembro e reunirá em palco, como sempre, músicos portugueses e estrangeiros com experiência e percursos diferentes: Akiko Pavolka (voz, Fender Rhodes), Nate Radley (guitarra), Óscar Graça (piano), Bernardo Moreira (contrabaixo) e Jochen Rueckert (bateria). Como tem vindo a acontecer, este concerto será gravado e lançado em edição discográfica, no festival do próximo ano.
A segunda semana será inaugurada pelo grupo Ralph Alessi and This Against that with Tony Malaby, Andy Milne, Drew Gress and Mark Ferber(16 de Novembro). Ralph Alessi é um trompetista amplamente reconhecido no contexto do jazz contemporâneo, tendo colaborado com muitos dos músicos mais representativos da actualidade. Será acompanhado por Tony Malaby (saxofone tenor), Andy Milne (piano), Drew Gress (contrabaixo) e Mark Ferber (bateria).
Para o dia 17 de Novembro está reservado um momento de retorno simbólico a uma obra fundadora do jazz. McCoy Tyner Trio featuring José James and Chris Potter, no seu projecto A Contemporary Exploration of John Coltrane & Johnny Hartman pretende revisitar e reinventar o disco de John Coltrane e Johnny Hartman, no qual o pianista participou.
A noite de 18 de Novembro será preenchida pelo concerto de Henry Threadgill e o seu projecto Zooid. Henry Threadgill é saxofonista, figura de referência da cena jazzística de Chicago (fazendo inclusivamente parte da AACM) e autor de um jazz mais livre e experimental, com incursões em sonoridades abstractas, tendo a improvisação como vector de referência de todas as explorações musicais, protagonizadas pela sua formação. Em palco, Henry Threadgill (saxofone alto, flautas, arranjos e composição) será acompanhado por Christopher Hoffman (violoncelo), José Davila (trombone e tuba), Liberty Ellman (guitarra), Stomu Takeishi (contrabaixo) e Elliot Kavee (bateria).
No dia de encerramento (19 de Novembro) realizar-se-ão dois concertos. À tarde, a Big Band da ESMAE, dirigida por Ralph Alessi e pelos elementos da sua banda, irá interpretar composições escritas e arranjadas para o efeito, produto final de uma semana de ensaios. Será um momento importante e significativo para os jovens músicos em formação, aos quais o festival quer estar associado, no seguimento do trabalho pedagógico que tem vindo a realizar há alguns anos. À noite, a Martial Solal New Decaband sobe ao palco do Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor para encerrar, com chave de ouro, a 20ª edição do Guimarães Jazz.
Nas actividades paralelas do festival destacamos as jam sessions e os workshops dirigidos pelos músicos Ralph Alessi, Tony Malaby, Drew Gress, Andy Milne e Mark Ferber. Ambas constituem iniciativas, baseadas na necessidade de gerar processos de interacção entre músicos consagrados, público e músicos em formação, e ambas se têm vindo a afirmar e a consolidar, sendo hoje uma parte fundamental do programa do Guimarães Jazz.
Todos os concertos do Guimarães Jazz acontecem no Centro Cultural Vila Flor, às 22h00, excepto o concerto da Big Band da ESMAE que se realiza às 18h00. Os bilhetes para a 20ª edição do festival já se encontram à venda, podendo ser adquiridos no Centro Cultural Vila Flor, no site http://www.ccvf.pt/ e em todas as lojas Fnac.
Mais informaçõe em http://www.ccvf.pt/

Conversas inéditas de José e Pilar agora em livro.





“José & Pilar”, o livro, numa edição da Quertzal“


José e Pilar. Conversas inéditas”, de Miguel Gonçalves Mendes, numa edição da Quetzal, chega às livrarias no próximo dia 18 de Novembro.O blogue O Caderno de Saramago publicará diariamente, de 04 a 18 de Novembro, pequenos fragmentos da obra, bem como pequenos apontamentos das entrevistas a José Saramago e Pilar del Río, até agora inéditas, e conduzidas por Miguel Gonçalves Mendes ao longo dos quatro anos de rodagem do documentário “José & Pilar”.
O documentário rodado por Miguel Gonçalves Mendes em Lanzarote durante a criação da "Viagem do Elefante", um dos últimos romances de José Saramago, passa agora a história escrita, levando-nos a viver com o escritor e nobel da literatura, o processo de criação de uma obra, mais uma, imbuída do sarcasmo sempre saudavel de Saramago.“O mau seria estar morto e ter a consciência de estar morto, isso seria um castigo, agora se não existe, não existe, simplesmente não tem consciência de que não existe. A não existência não pode ser consciente da existência”.( José Saramago)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Grande Silêncio



«O grande silêncio»
Excertos da imprensa internacional sobre o filme
O GRANDE SILÊNCIO decorre durante 162 minutos – 162 absorventes, emocionantes, alegres minutos. O realizador, Philip Gröning, faz-nos mergulhar num mundo tão misterioso e frequentemente tão silencioso como o lado obscuro da lua, um convento de monges cartuxos nos Alpes franceses. Fundado no século XII, os cartuxos estão entre as ordens católicas mais rigorosas, já que os monges (e as freiras acomodadas separadamente) vivem praticamente sozinhos nas suas celas individuais. Num mundo esmagadoramente barulhento, os cartuxos procuram Deus na solidão; ponderando um todo, incluindo a invejável tranquilidade e concentração das suas vidas, cedo compreenderão porquê. Porque a solidão é a vocação essencial dos cartuxos, O GRANDE SILÊNCIO tem poucas palavras. Enquadrado pelas estações do ano, o filme abre numa placidez invernosa com a introdução dos dois iniciados. Nos dias e estações que se seguem, o realizador leva-nos por dentro e à volta do convento e das celas, seguindo os iniciados e os monges enquanto eles comem, rezam, trabalham, e por vezes brincam. Através de ritmos vagarosos e uma realização harmoniosa, o realizador encontra beldade num grão de poeira, num pedaço de terra recém lavrado e nas longas sobrancelhas que pendem como uma cortina sobre os olhos de um monge idoso cego. A Graça, ao que parece, é silenciosa.
The New York Times

O GRANDE SILÊNCIO é um retrato íntimo da vida de todos os dias dos monges cartuxos no alto de um canto remoto dos Alpes franceses.No mosteiro, apenas as velas rompem a escuridão.Estamos a meio da noite e no frio gelado do seu claustro de pedra, os monges estão sentados com as suas vestes grossas a recitar versos gregorianos. “Penso que eles fazem isto porque escolhem... tornar-se próximos de Deus”, diz o realizador Philip Gröning.“É um conceito muito simples, o conceito é Deus em si, é felicidade pura, quanto mais próximo te moveres disso, mais contente estás.”O realizador fez o primeiro pedido para filmar no remoto mosteiro da Grande Chartreuse há 17 anos. Quando finalmente conseguiu entrar, encontrou um mundo regulamentado, imutável desde a fundação da Ordem Cartuxa decorridos dez séculos.Os monges devotaram-se ao silêncio quase total, interrompidos apenas por o que um deles apelida de “o terror do sino”. O filme persegue as rotinas infinitamente repetidas do mosteiro. Numa cena, um monge mergulhado na sombra entrega almoços pelas frestas das portas das celas. A câmara entra em seguida no sitio onde os monges dormem em camas de palha, unicamente provido de um forno de lata por aquecedor. Lá fora, o cenário varrido de neve dos Alpes franceses providencia um toque de fundo majestoso. Gröning viveu aqui vários meses para fazer o filme.Os Cartuxos são a ordem cristã mais estrita e este filme de três horas, quase totalmente silencioso sobre eles, não se esperava que fosse um êxito. Mas está a ser projectado para salas esgotadas com pessoas fascinadas unicamente com um vislumbre da vida contemplativa, desconhecida para lá das paredes do mosteiro.
BBC News

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Mostra de Sabores de Sintra




SENTIDOS BEM APURADOS NA MOSTRA DE SABORES DE SINTRA

Os aromas e sabores de Sintra encantam e hipnotizam quem por lá passa. De 11 a 13 de Novembro, apure o olfacto e o paladar e vá até à Mostra de Sabores de Sintra, na Adega Visconde de Salreu, em Colares. Durante três dias, os visitantes vão deliciar-se com as iguarias sintrenses e conhecer a riqueza e autenticidade gastronómica do concelho.
Esta iniciativa tem como objectivo promover Sintra pela sua diversidade e originalidade de sabores e proporcionar ao público um fim-de-semana de degustação num ambiente envolvente e agradável.
Além das bancas dos vários fabricantes de doçaria tradicional de Sintra, produtores de vinho de Colares, e alguns dos principais restaurantes do concelho, vai também estar presente na Mostra a recém-criada Confraria dos Sabores de Sintra.
A Mostra de Sabores de Sintra é uma iniciativa na Câmara Municipal de Sintra, enquadrada no plano de promoção da marca turística internacional Sintra, Capital do Romantismo.

• Mostra de Sabores de Sintra• Adega Visconde de Salreu, Colares• 11 a 13 de Novembro• Horário da Mostra: sexta-feira das 18h00 às 23h00, sábado e domingo das 12h00 às 23h00• Entrada livre

A Lenda de São Martinho



"Num dia tempestuoso ia São Martinho, valoroso soldado, montado no seu cavalo, quando viu um mendigo quase nu, tremendo de frio, que lhe estendia a mão suplicante e gelada. S. Martinho não hesitou: parou o cavalo, poisou a sua mão carinhosamente na do pobre e, em seguida, com a espada cortou ao meio a sua capa de militar, dando metade ao mendigo. E, apesar de mal agasalhado e de chover torrencialmente, preparava-se para continuar o seu caminho, cheio de felicidade. Mas, subitamente, a tempestade desfez-se, o céu ficou límpido e um sol de Estio inundou a terra de luz e calor. Diz-se que Deus, para que não se apagasse da memória dos homens o acto de bondade praticado pelo Santo, todos os anos, nessa mesma época, cessa por alguns dias o tempo frio e o céu e a terra sorriem com a benção dum sol quente e miraculoso.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Dalai Lama e Agostinho da Silva na prespectiva de Paulo Borges





Foi para pensar no “diálogo e uma espiritualidade inter e trans-religiosos”, tendo como base “uma reflexão a partir de Agostinho da Silva e de Sua Santidade o XIV Dalai Lama” que Paulo Borges, presidente da União Budista Portuguesa, interveio no 1º Encontro Internacional de Lisboa, sobre “Religiões, Violência e Razão”, organizado pelo Grande Oriente Lusitano.
Tenzin Gyatso, XIV Dalai LamaPaulo Borges referiu “o entusiasmo de Agostinho da Silva pelo culto popular do Espírito Santo, originado no séc. XIII e hoje presente nos Açores e no Brasil, cujo simbolismo da coroação da criança como Imperador do mundo, da libertação dos presos e do banquete gratuito vê como o do pleno cumprimento do homem. Nessa religião de expressão portuguesa e lusófona, centrada na experiência e revelação de um absoluto ou Deus que por vezes designa apenas como Espírito” que todas as religiões, “juntamente com as experiências ateias, agnósticas ou anti-religiosas manifestam esse centro e essa fonte indeterminados e inefáveis e o desejo de se fusão nele”.
O ecumenismo deixa de ser um “acordo de convivência tantas vezes incomodamente exigido pelas circunstâncias históricas, culturais e políticas como algo que as religiões localmente maioritárias condescendem apenas à superfície e não sem mal disfarçada sobranceria (…) o que, na perspectiva agostiniana, seria um dos aspectos do próprio pecado contra o Espírito Santo, na sua imprevisível e inobjectivada manifestação”.
“Quanto a Sua Santidade o Dalai Lama, constatando o facto lamentável de que a religião seja historicamente causadora de tantos conflitos, atribui-lhe duas causas principais: a própria diversidade religiosa, doutrinal, cultural e de práticas, e os factores contextuais políticos, económicos e outros, principalmente a nível institucional, que se lhe associam. Vê a solução destes na secularização e sobretudo na separação entre as hierarquias religiosas e as instituições estatais, enquanto a dos primeiros passa pela promoção da harmonia inter-religiosa, aspecto importante da ética de responsabilidade universal que advoga”, enunciou o orador.
Mais adiante, enumera as quatro vias que o Dalai Lama aponta “para vencer a ignorância e promover a compreensão mútua mediante o diálogo inter-religioso:
1 – encontros entre eruditos onde se debatam as convergências e sobretudo as divergências entre as confissões;2 – encontros entre praticantes genuínos de diferentes religiões que assim partilhem a experiência e compreensão da sua própria prática religiosa;3 – encontros ocasionais entre diferentes líderes religiosos para orarem em conjunto, sobretudo importantes pelo efeito social do exemplo;4 – peregrinações conjuntas de pessoas de diferentes religiões aos lugares sagrados de uns e outros.
Estas práticas tornam evidente para os seguidores de cada religião que os ensinamentos das outras são, tais como os da sua, fonte de inspiração espiritual e de orientação ética, que, apesar das diferenças doutrinais e outras, todas as grandes religiões visam melhorar os indivíduos mediante o desenvolvimento dos valores fundamentais, e que as vidas dos seus fundadores são identicos exemplos de disciplina ética e amor pelos outros“.
Entre outras, Paulo Borges extrai uma conclusão sem dúvida nova deste cruzamento entre o pensamento do Dalai Lama e de Agostinho da Silva. Afirma o orador: “Seja o que o Agostinho da Silva designa como a experiência do Espírito Santo, ou do incriado fundo de si e do mundo, seja o que Sua Santidade o Dalai Lama designa como natureza de Buda ou, em termos laicos, como a profunda transformação espiritual referida, é assim a indeclinável condição de possibilidade de um efectivo diálogo inter e trans-religioso que assuma religiões, ateísmo e agnosticismo, na sua irredutível diversidade, como vias possíveis para uma vida ética e espiritualmente mais plena e um mundo melhor”.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

George Steiner e Lobo Antunes na revista Ler


Sete meses depois de ter revelado, em entrevista à LER, algum pudor em se encontrar com o «gigante» português, mas que «adoraria conhecê-lo», George Steiner recebeu António Lobo Antunes em sua casa, nos arredores de Cambridge, por onde passaram Jorge Luis Borges ou Arthur Koestler. Duas horas de conversa (sem interferências, guiões combinados ou cortes) sobre os clássicos, os mestres, a poesia, mas também as guerras, a política, a «era da mulher», a língua, a crise atual, a falta de esperança dos jovens a até os momentos de grande deceção. 9 de outubro de 2011 fica definitivamente na memória de ambos. E na nossa. Um momento ímpar na LER de Novembro.



«Considero-o a si e a Tchécov dois génios nos quais a Medicina é importante na imaginação. […] Você perdoa muito ao Homem, não é um mestre do ódio. Há grandes escritores que são mestres do ódio. Você e Tchécov, e isso sempre o disse, têm o lado médico do perdão, o lado que perdoa a enfermidade do Homem.»

George Steiner



«Continuo a aprender muito consigo, é um Mestre no sentido maior do termo, ou seja, alguém que aprende comigo. E esse é o mais belo título, parece-me, que posso dar a alguém. Alguém que me ensina, aprendendo. Tinha muito medo que neste encontro – porque como sou muito solitário e falo pouco – a corrente não passasse. No entanto, a corrente passa e isso dá-me uma alegria imensa.»

António Lobo Antunes




© publicado pela Ler às 10:23, em 3/11/11

As Maiores Bibliotecas do Mundo

Livraria Lello (Porto-Portugal)

Um passeio Pela Pó dos Livros

Alunos do Projecto 12-15 visitam a Biblioteca Municipal da Amadora - Fernando Piteira Santos






Alunos do Projeto 12-15 visitam a Biblioteca Municipal Fernando Piteira Santos. O objetivo destas visitas é levar ao seu conhecimento a organização de uma biblioteca, e a sua importância para adquirir conhecimento.
Os alunos depois de se inscreverem e adquirirem o cartão que lhes dá acesso a requisitarem as inúmeras peças que têm à sua disposição, vão focar-se na pesquisa da Historia da Aviação na Amadora, tema da exposição que no próximo mês de Março vão apresentar na Casa Museu Roque Gameiro.

Escola Intercultural na Aveiro Jovem Criador 2011









Alunos da Escola Intercultural do Curso de Jardinagem e Espaços Verdes participam no concurso Aveiro Jovem Criador 2011
A Casa Municipal da Juventude de Aveiro é a promotora do concurso que abrange cinco áreas das artes: a Arte Digital, Escrita (conto), Escultura, Fotografia e Pintura. Jovens com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos podem dar largas à imaginação, participando em mais que uma das áreas referidas.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Agostinho da Silva e a Educação.







"Podemos ler em “Educação de Portugal”: “A primeira tarefa essencial que existe para todos os portugueses não é a de política; ela seguirá, nos próximos tempos, rumos em que pouco poderemos influir (…) o grande trabalho, o tal imenso desafio que se nos apresenta é o de educar o povo, insistindo em que educar não é levar ninguém a ser isto ou aquilo, não é tentar influir de qualquer modo em sua orientação futura, mas dar meios de expressão à sua capacidade criadora e de comunicação, quer ela se exerça lendo e escrevendo quer manualmente num ofício, e sem que se separe uma actividade da outra.Criou deste modo, o primeiro princípio de um verdadeiro ensino: o de que nada pode ser ensinado por imposição; o de que, um professor não é um capataz mas um auxiliar e um guia cuja função é sugerir e não impor. Na verdade, ele não educa a inteligência do aluno; limita-se a mostrar a forma de aperfeiçoar os seus instrumentos de conhecimento, encorajando o instruendo ao longo da sua aprendizagem e desenvolvimento. Transmite conhecimentos mas, mais importante do que isso, mostra como adquiri-los."

domingo, 6 de novembro de 2011

Relógio Astronómico de Praga



A parte mais antiga do Orloj, composta pelo relógio mecânico e o mostrador astronómico, foi feito pelo relojoeiro Mikulas de Kadan e Jan Sindel, mais tarde professor de matemática e astronomia da Universidade de Charles, em 1410. Este relógio é o terceiro de seu tipo. O primeiro foi construído em Pádua em 1334.Mais tarde (presume-se que foi em torno de 1490) o mostrador do calendário foi adicionado e a fachada do relógio foi decorada com esculturas góticas.Em 1552, este relógio foi reparado pelo mestre-relojoeiro do Orloj, Jan Taborsky, que também escreveu um relatório sobre ele que menciona Jan Huze, também conhecido como Hanus, como o construtor do relógio. Essa informação foi um engano, corrigido durante o século 20.O Orloj parou de trabalhar muitas vezes durante os séculos depois do reparo de 1552 e foi consertado muitas vezes. No século 17, foram adicionadas as estátuas móveis. As estátuas dos apóstolos, no topo, foram adicionadas num grande reparo feito entre 1865 e 1866.O Orloj sofreu muitos danos nos últimos dias da 2ª Guerra Mundial quando os alemães apontaram o fogo da artilharia ao prédio da prefeitura. Toda a área foi queimada, junto com as esculturas de madeira do Orloj, assim como a face do calendário, de grande valor artístico, produzidos por Josef Manes. A maquinaria autêntica foi concertada e o relógio voltou ao seu funcionamento normal em 1948, depois de muita pesquisa.Existem algumas histórias pouco realistas sobre a construção do relógio astronómico. Por muito tempo, acreditou-se que o Orloj foi construído em 1490 pelo mestre-relojoeiro Hanus e seu assistente Jakub Cech. Outra história fictícia envolve o mesmo Mestre-Relojoeiro. A lenda conta que ele foi cegado para que não pudesse mais construir outro relógio parecido com esse.O mostrador astronómicoO mostrador astronómico é uma forma mecânica de um astrolábio, um instrumento muito usado pela astronomia medieval. De outro modo, o mostrador astronómico pode ser visto como um planetário primitivo, mostrando o estado actual do Universo. O mostrador astronómico tem um fundo que representa o Planeta Terra (tendo Praga como seu centro) e o céu e, no entorno disso, há 4 dos principais componentes móveis: o anel zodiacal, mais interno e que circunda a representação do planeta, um anel rotatório externo, um ícone representando o sol e outro representando a lua.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

João César Monteiro - Entrevista [Branca de Neve (2000)] 1/4

Câmara Clara - Alberto Pimenta, Vítor Silva Tavares

Dinossauros invadem Lisboa



A maior exposição da Europa dedicada a este tema poderá ser vista em Lisboa entre 22 de Outubro e 1 de Janeiro.Esta é uma exposição com elevado carácter didático e todos vão poder ver, bem de perto, os grandes répteis do “Parque Jurássico”, como os temíveis Velociraptors, Oviraptor e T-Rex, ou outros mais simpáticos e enormes como o Braquiossauro.Esta visita será uma viagem espectacular, por entre cenários de florestas, bosques e desertos que levará a nossa imaginação até milhares de anos atrás, quando estes seres magníficos dominavam o planeta terra.Portugal é um país com grandes tradições na descoberta e preservação de fósseis de dinossauro e conta-se entre os 7 países do mundo que apresentam o maior género de dinossauros, num total de vinte e cinco.O Mundo dos Dinossauros é uma exposição única que lhe permitirá observar de perto os cenários em que estes animais viveram. Aqui vai ser possível sentir a emoção de estar próximo de um dinossauro e deixar a imaginação conduzir os visitantes por uma viagem que não vão esquecer.A exposição estará aberta todos os dias e funciona em condições especiais para escolas, grupos organizados (empresas e instituições) e famílias.Bilheteira geralAdulto: 6,00€Crianças com menos de 3 anos: gratuitoCrianças 3-12: 4,00€Bilhete Família*: 16,00€* Permite a entrada dos 2 Adultos e até 3 Crianças com idade máxima de 12 anosGrupos Escolas e Grupos Sénior (mínimo 15 pessoas)Escolas**: 3,00€ / pessoa** As visitas para Escolas e Grupos são marcadas previamente. Nas visitas escolares é obrigatória a presença de um professor (que terá entrada gratuita) por cada 15 alunos.Os Bilhetes individuais poderão ser adquiridos no local ou em qualquer estação dos CTT.

El Greco

A partir de 5 de Novembro. Biografias Expresso - 2ª série.






Expresso vai lançar uma nova coleção de biografias "A minha vida deu um livro". Seis livros obrigatórios GRÁTIS sobre figuras marcantes e incontornáveis da História, quer pelos seus percursos de vida inspiradores ou pela defesa de causas, teorias ou obras que marcaram o mundo.

B
iografias, Expresso


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Einstein e a Crise




"Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar "superado".Quem ...atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que às soluções. A verdadeira crise, é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la."


Albert Einstein

terça-feira, 1 de novembro de 2011

António Rmos Rosa.Um grande,grande poeta.




António Ramos Rosa nasceu em Faro no dia 17 de Outubro de 1924 e aí viveu durante a juventude, tendo-se radicado definitivamente em Lisboa, em 1962, depois de duas breves estadas na capital nos anos 40 e 50, durante as quais teve uma experiência gorada como empregado de escritório, de que é testemunho o conhecido «Poema de um Funcionário Cansado» .

Depois de, em Faro, ter recorrido às explicações como meio de subsistência, António Ramos Rosa, já em Lisboa, foi fazendo várias traduções, até se consagrar a tempo inteiro à Poesia. Por isso mesmo, daquele que escreveu «Despertei da biografia e dos relógios» (Viagem através Duma Nebulosa) se pode dizer - literalmente e em todos os sentidos - que a sua vida se confunde com a Poesia, tendo a sua (pequena) casa sido sempre um (grande) espaço informal de acolhimento e de intercâmbio - directo ou por meio de livros e correspondência - com outros poetas e leitores de poesia, tanto portugueses como estrangeiros.
Para além das muitas obras que foi publicando, a sua intensa actividade poética, crítica e ensaística foi-se disseminando, ao longo de toda a segunda metade do século XX, em projectos editoriais como as revistas de poesia Árvore, Cassiopeia e Cadernos do Meio-dia (de que foi co-director), bem como em diversos jornais e revistas de que se destacam, entre outros, os suplementos literários do Diário de Notícias e d'A Capital, O Jornal de Letras e a colóquio/Letras.
A sua personalidade e obra têm merecido não só a consideração dos seus pares, como a distinção de prémios literários nacionais e internacionais (Prémio de Tradução da Fondantion de Hautvilliers (1976); Prémio do centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários e Prémio PEN Club de Poesia (1980); Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores (1980); Prémio da Bienal de Poesia de Liége (1991); Poeta Europeu da Década, atribuído pelo Collége de L'Europe (1991); Prémio Jean Malrieu (1992)).
Confirmando a importância do seu percurso literário e o rigor do seu trabalho poético, foi-lhe ainda atribuído, em 1988, o Prémio Pessoa, a que se têm associado outras condecorações, como aquelas recebidas em 1984 e 1997 - respectivamente da Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
Em 1999, durante os «Encontros de Outono» de Faro - Capital dos Poetas e da Poesia -, coincidindo com a comemoração dos seus setenta e cinco anos e de quase meio século de actividade poética, foi-lhe prestada uma homenagem, durante a qual se anunciou oficialmente a criação da Casa da Poesia de António Ramos Rosa, que virá a beneficiar de importante bibliografia sobra a criação poética contemporânea, reunida pelo poeta ao longo dos anos.

Transcrito na integra de «Antologia Poética», António Ramos Rosa - Selecção, Prefácio e Bibliografia de Ana Paula Coutinho Mendes, Publicações D. Quixote.

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