

A vida é a direcção que os ponteiros do relógio indicam, o rasto entre a mecânica mental e o gesto intemporal. Visite tambem "A mão contra a mente" (http://amaocontraamente.blogspot.com/) , blogue dedicado à minha pintura .
“Fantasia Lusitana” é um documentário do realizador João Canijo, que explora a relação do povo português com os estrangeiros refugiados da II Guerra Mundial, a forma como a sua estadia no nosso país influenciou (ou não) o nosso olhar sobre a guerra, e uma procura pela herança cultural deixada (ou não) pela sua passagem. Uma leitura interpelante da história portuguesa do século XX construída inteiramente a partir de imagens de arquivo e da leitura de testemunhos desses refugiados nas vozes de Hanna Schygulla, Rudiger Vogler e Christian Patey.
A propaganda imaginada e imaginária do salazarismo, durante a II Grande Guerra, pregava a proeza de uma neutralidade devida ao génio de Salazar.
Segundo essa propaganda, que proclamava a ausência da guerra no meio da guerra, mesmo com o fluxo de refugiados que chegava a Lisboa, Portugal era um paraíso de paz e tranquilidade, um «oásis de paz» totalmente alheio a uma guerra que só dizia respeito aos outros.
A sensação que a propaganda transmitia era a de uma guerra que só afectava os portugueses na medida das dificuldades de sobrevivência.
A propaganda, elevada a extremos nas crónicas do Jornal Português, ajudou a criar uma espécie de inconsciência protectora que seria cómica se não fosse trágica.