quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

A pintura de João Silva vista por José Mourão


Há mais de uma vintena de anos que acompanhamos o percurso de João Silva na pintura (tanto no Artever como em outras situações). E por isso vamos tentar (com o conhecimento do autor) organizar algumas ideias.
Devido ao facto de não ter tido uma formação académica, ou próxima, e não ter tido a tentação de uma representação que se aproxime da realidade “olhada”, João Silva criou um universo pictórico que o distingue. Particularmente as suas paletas. O que só abona na genuidade de quem sente um forte impulso para se expressar através da pintura.
Ao fintar as armadilhas representativas acertou, em cheio, num universo de sonho materializado em ténues vestígios de qualquer coisa. A coisa é a própria pintura. Apesar de nos presentear com a presença de diversos objectos e temas , aquilo que nos motiva não é a analise racional do seu conteúdo, mas antes, a estimulação das emoções. Não ficamos indiferentes ao que se encontra representado , mas o que mais nos atrai ,no seu trabalho, são as sensações que nos provoca.
As paletas (cinzentas) terão a sua razão no emprego de cores muito contaminadas de branco e preto. É essa impureza que torna puro o seu discurso.

José Mourão
2008

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O descanso dos guerreiros - foto João Silva


Lágrimas de Portugal, pintura de João Silva


Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal!Por te cruzarmos, quantas mães choraram,Quantos filhos em vão rezaram!Quantas noivas ficaram por casarPara que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a penaSe a alma não é pequena.Quem quer passar além do BojadorTem que passar além da dor.Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Gosto de gente que se sábe desenhar, ou João Silva visto por Sílvia Santiago


“Gosto de gente que se sabe desenhar… “ palavras de um pintor de início do século XX.
Apresentar o João é tarefa difícil…
Da pintura transborda uma enorme força, uma vontade de viver, de conhecer, de dar sem nada receber dos outros. Desafia-nos a questionar verdades absolutas.
Através dos olhos dele recriamos um mundo melhor, mais justo, mais livre, longe de preconceitos, mas próximo da vida. Pode não ser um mundo melhor, mas é um mundo onde há vida, onde há a eternização de vários momentos.
É difícil provocar sentimento, inquietação, dúvidas…mas ele consegue-o de forma pertinente na sua obra.
Pintor, formador, músico, poeta, pai, marido, amigo…diria, multifacetado, entregue a actividades do espírito.
Homem simples, humilde, de um humor impar, atento, sempre, aos outros. Homem de sensibilidade superior.
O que mais admiro e me fascina nos pintores é que todos têm em comum uma franca e enorme rebeldia contra os convencionalismos da sua época.
Os artistas passaram (Séc. XIX) a pintar as emoções e as sensações experimentadas em “plein air”, diante de um simples “pedaço” de natureza, só permitido devido à utilização de tubos de pintura inventados depois de 1834. Assim, deu-se uma autonomia de trabalho, isolaram-se “sur le motif” durante um dia inteiro, de preferência em Barbizon. É a Escola de Barbizon que impõem uma nova técnica, reclamando o emprego das cores primárias, a pincelada fragmentada e as sombras coloridas (a partir de 1874). Aqui reside o motor de todos os “ismos”.
Emociona-me, sobretudo, a capacidade (de alguns) em passarem para uma tela a realidade natural e sensível ou a sua realidade interna com emoção. O João passa para a tela essa realidade.
As vivências estão sempre contidas na eternização do momento ou momentos que são a obra de arte. São os períodos de crise política, social, cultural e, sobretudo, interior que marcam a obra de cada um. São eles que nos tocam, que nos deslumbram, que nos transportam para diferentes mundos. Hoje admirados, entendidos, considerados génios, outrora incompreendidos e condenados à morte. Destaco o ano de 1918 para Portugal. Dois homens morreram cedo, mas mortos já se sentiam, cumprindo-se apenas o destino. Usando as palavras de Van Gogh "La tristesse durera toujours", sentimento que dói
Considero que ensinar, tal como pintar é um acto de AMOR. Só o podia ser…
Estes homens nunca se convenceram!
O João também não…
Agosto de 2008-08-04
Sílvia Santiago

O caso do Martelo Mandrião. Sherlock Holmes na pintura de João Silva


segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Sherlock Holmes e a misteriosa pintura de João Silva


As três bolas vermelhas.

UM TEXTO MAGNIFICO



"Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles forem meus, não seus. Se o criador o tivesse querido juntar a mim não teríamos talvez dois corpos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição venha a pensar o mesmo que eu; mas nessa altura já o pensamento lhe pertence. São meus discípulos, se alguns tenho, os que estão contra mim; porque esses guardaram no fundo da alma a força que verdadeiramente me anima e que mais desejaria transmitir-lhes: a de se não conformarem."
Agostinho da Silva, "Cartas a um jovem filósofo"

domingo, 18 de janeiro de 2009

ATELIER 2009


ATELIER 2009


O meu curiculum (pintura)

João Silva nasceu em Queluz em 1953. Pintor e músico, tem vindo a desenvolver diverso trabalhado na área da criatividade, tanto no universo plástico como no universo rítmico.
Expõe desde 1982 e está representado em diversas colecções particulares e públicas.
Em 2003 comemorou os seus 20 anos de pintura com a Exposição " Entre dois Pintores " onde convidou o primeiro e o ultimo pintor que conheceu.
Presidente do Artever - Associação de Artes Plásticas da Amadora entre 2003 e 2006.
Paralelamente á sua produção artística tem exercido diversas actividades nos projectos " Recrear a vida", onde trabalha com adultos de idade avançada, e desenvolve técnicas pictóricas para a criatividade e confiança e " 12/15" com crianças com forte incidência no abandono escolar.
Mentor da actividade para empresas, ALMA+TINTA=VIVA QUEM PINTA.


Exposições Individuais

1985
-“Paisagens de Cá e de Outras Paragens” O Camarim, Lisboa
-“Gostos e Desgostos” O Trenó, Benfica
1986
-“Pintura” Voxmania, Lisboa
1989
-Galeria Stuart, Benfica
1990
-Bar da Graça, Lisboa
1993
-Galeria Alvidrar, Sintra
-Colégio D. Afonso V, Mem-Martins
1998
-“Fluir no Silêncio” Galeria de Fitares, Rio de Mouro
1999
-“Fluir no Silêncio” Galeria D. Pedro V, Mafra
-“O Teu Caminho” Hotel Penta Lisboa
-“Os Três Esses de Agostinho” (Homenagem ao Prof. Agostinho da Silva) Recreios Artísticos Amadora
-“A Minha Rosa é a dos Ventos” Galeria de Albarraque
2000
-“A Construção do Mundo” Fábrica das Artes Torres Vedras
2001
-“Pintura” Galeria Vincent, Lisboa
-Instituto Superior de Economia e Gestão, Lisboa
2002
-“Limites do Equilíbrio” Centro de Arte Contemporânea da Amadora
-Gandarinha, Cascais
2003
-“Entre Dois Pintores” (Comemoração de 20 Anos de Pintura) Galeria de Fitares, Rio de Mouro
-“Entre o Horizonte e o Olhar” Palácio do Infantado Samora Correia
2004
-“Jam Session s/tela” Galeria Linhares, Lisboa
2005
-“Quando O Silêncio Se Cala” (uma homenagem aos músicos), Dançarte, Sintra
-“Quando O Silêncio Se Cala II” Escola de Música, Corroios
-“Entre O Rigor E A Liberdade” Escola de Jazz, Seixal
2006
-“Homenagem Ao Silêncio” Espaço AMARTE, Lisboa
- " O circulo vermelho " Espaço cultural, Belas
2007
-"O Mapa do Tesouro" - Galeria Dançarte - Lisboa
2008
-"Elementar meu caro gato" Galeria Mónaco - Oeiras

Exposições Colectivas (Selecção)

1982
-“Fim de Semana Com”G. B. 22 de Maio, Idanha
1983
-3ª Exposição de Artes Plásticas do Grupo Artever, Galeria Municipal Amadora
1984
-Centro de Estudos Judiciários, Lisboa
-Comissão de Moradores, Reboleira, Amadora
-Artever “A nossa estatura é mais que o corpo, é vontade que os reis não algemam” / Instalação -“10 anos de Acções, 10 anos de Lições, 10 anos de Digestões” Centro Cultural Roque Gameiro, Amadora
-Galeria o Terraço, São João do Estoril
-Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa
1985
-G. B. 22 de Maio, 2ª Exposição de Artes Plásticas Idanha
-Galeria Codilivro Benfica
-Centro Europeu de Línguas Lisboa
-Galeria Municipal, 4ª Exposição de Artes Plásticas do Grupo Artever Amadora
-1º Salão de Arte da Tabaqueira Albarraque
-Júlios Bar Lisboa
1986
-Arte Postal, Galeria Municipal Amadora
1987
-Portugal em Abril – Organização dos Grupos Artever (Amadora), Imargem (Almada) e Viragem (Cascais) Amadora
1989
-Exposicion I. I. Mail Arte Ayuda al Sanel,Albacete - Espanha
-Galeria Graffiti, Bauru - São Paulo – Brasil
-8ª Exposição de Artes Plásticas do Grupo Artever, Galeria Municipal, Amadora
-Comemorações da morte de Soares dos Reis e o nascimento de Diogo de Macedo, onde obteve o -Prémio Nacional TAP, Vila Nova de Gaia
1990
-Caixa Geral de Depósitos, Amadora
-9ª Exposição de Artes Plásticas do Grupo Artever Galeria Municipal Amadora
1991
-Galeria do Centro, Santo António dos Cavaleiros
-1ª Bienal de Artes Plásticas, Belas
-“Momentos” – Exposição da Associação O Abraço Escola Seomara da Costa Primo, Amadora
1994
-“25 de Abril, 20 Anos”Galeria Municipal Amadora
-Galeria Municipal da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Alverca
1995
-2ª Bienal de Artes Plásticas Belas
-14ª Exposição de Artes Plásticas do Grupo Artever Galeria Municipal Amadora
1996
-Prémio Nacional de Pintura Cardoso Lopes (Menção Honrosa) Amadora
-Galeria Margassos, Amadora
-Galeria Photof, Lisboa
-“O Zero Figura” (Homenagem a Artur Bual) - Galeria Municipal da Amadora
-Galeria Teoartis, Évora
1997
-1ª Exposição Internacional de Artes Plásticas Moita
-3ª Exposição de Artes Plásticas Vendas Novas
-Prémio Nacional de Pintura Cardoso Lopes (Menção Honrosa) Amadora
-Galeria Arte Directa Lisboa
-4ª Exposição Internacional de Artes Plásticas Vendas Novas
-Galeria Josephus, Lisboa
1999
-Galeria de São Domingos – “Entre Princesas, Fadas e Mouras Encantadas…” Sintra
-“Plantas e Animais do tempo da expansão Portuguesa aos nossos dias” Instituto Superior de Economia e Gestão – Sala Bento de Jesus Caraça –Lisboa
-Percursos da Arte, Benfica - Pedralvas
-“Exposição Lusófona” Galeria de Fitares, Sintra
2000
-19ª Exposição de Artes Plásticas do Grupo Artever Galeria Artur Bual, Amadora
-“Entre a Terra e o Mar” Carlton Alvor Hotel, Portimão
-Galeria Vincent, Lisboa
2002
-Auto Clube Médico, Lisboa
-Museu da Água, Lisboa
-Convento de São José, Lagoa
2003
-Galeria Vincent - Indeg
2004
-“Pintura” INDEG/Vicent, Lisboa
-“Convivências” Galeria Marcos, São João das Lampas
2005
-“Reencontros Artever” Galeria Marcos, São João das Lampas
-Espólio de Obras de Arte da C.M. Amadora
-“Campos da Mente” INDEG, Lisboa
-“Ondas Sobre Tela” Altis Park Hotel, Lisboa
-“Artever” Dançarte, Sintra
-“Colectiva de Pintura” INDEG, Lisboa
-“Monotipias” Artever, Amadora
2006
-“Artever” INDEG, Lisboa
2007
-Colectiva Gest'arte INDEG, Lisboa
2008
- Vencedor da terceira exposição ESPERANÇA DE VIDA, patrocinado pela Faculdade de Ciências Médicas, MERCK e Casa Real Portuguesa.