domingo, 29 de janeiro de 2012

Trailer de "Meia-noite em Paris", de Woddy Allen




Gil e Inez viajam até Paris numa viagem de grupo com os pais dela numa viagem de negócios. Gil é argumentista de sucesso de Hollywood mas está a debater-se com o seu primeiro romance. Apaixona-se pela cidade e é de opinião de que eles devem mudar-se para lá depois de casarem, mas Inez não partilha a sua opinião romântica da cidade ou da ideia de que os anos 20 era a época de ouro. Quando Inez vai dançar com os seus amigos, Gil dá um passeio à meia noite sozinho e descobre o que pode ser o último recurso de inspiração para escrever. Os passeios diários à meia noite em Paris podem levá-lo para perto do coração da cidade mas para longe do coração da mulher com quem está prestes a casar.

Agostinho da Silva - Homenagens são uma criatividade dos outros.

Eça de Queiroz e o Egipto Faraónico









"Em fins de Outubro de 1869, dois rapazes entusiastas e cheios de talento, o conde de Resende e o seu amigo Eça de Queiroz - ao tempo, mais notável pelas suas gravatas do que pelas suas obras - embarcaram em Lisboa, em direcção ao Oriente.
"O mais velho, o conde de Resende, tinha apenas vinte e cinco anos; Eça de Queiroz pouco mais de vinte e três. Levava-os, creio eu, o pretexto de assistirem às festas de abertura do Canal de Suez, que então se ia inaugurar com estrondo e esplendor."
Assim começa, com estes dois parágrafos, a Introdução que José Maria d'Eça de Queiroz (Eça Filho, como por vezes é chemado) escreveu para a obra póstuma de seu pai, o grande escritor Eça de Queirós, a qual recebia o título de O Egipto. Notas de Viagem, para ser editada, em primeira mão, pela Livraria Chardron de Lello & Irmão, Editores, Porto, 1926."



Abecedário Simbiótico de José Adelino Maltez



"De muitas sementes e alegrias está feito este novo e inesperado livro do Adelino Maltez! Abecedário Simbiótico poderia ser mais um livro sobre Maçonaria. O conteúdo de muitas das suas entradas são sobre temas, símbolos, significados, história da Maçonaria ou Maçon e a eles também se referem as siglas ou a biografia. Mas o livro é mais do que tudo isso: tem uma relação de mútua dependência com as coisas do mundo, em benefício mútuo".


Fernando Lima, in prefácio

D.João IV e a abolição do uso da coroa real sobre as cabeças.







O actual Santuário da Padroeira de Portugal levanta a sua fachada a ocidente e, entre muralhas, situa-se exactamente onde outrora se erguia a ermida gótica consagrada a Nossa Senhora do Castelo, fundada por D. Nuno Álvares Pereira. A imagem de Nossa Senhora foi trazida de Inglaterra a pedido do próprio Santo Condestável. Em finais do século XIV, D. Nuno Álvares Pereira fez consagrar esta igreja a ...Nossa Senhora da Conceição, sendo o primeiro templo em toda a Península Ibérica consagrado a Ela, e antecedendo em quase 500 anos a definição dogmática de 1854 sobre a Imaculada Conceição. Ao mesmo Santo Condestável se deve a fundação da presente Régia Confraria de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, a qual, nos seus 600 anos de vida, se revela como uma das mais antigas de Portugal.Sendo verdade que em finais do séc. XIV as guerras da Independência contra Castela enraizaram nos portugueses a sua fidelidade a Nossa Senhora da Conceição, foi, todavia, a Restauração patriótica de 1640 o que mais aprofundou em laços perpétuos tão alta veneração. Na provisão régia de 25 de Março de 1646, D. João IV ordenou que esse enlace ficasse assim escrito: «Estando ora juntos em Cortes com os três Estados do Reino (…). E nelas, com o parecer de todos, assentamos de tomar por padroeira de nossos Reinos e senhorios a Santíssima Virgem nossa Senhora da Conceição (…) Sita em Vila Viçosa». Deste modo ficou Portugal ajoelhado aos pés veneráveis da sua verdadeira Rainha, coroada nos Céus para protecção da Terra, e acharam por bem os nossos Reis, desde então, abdicarem da exibição da coroa real sobre as suas cabeças.Mais tarde, em 1818, D. João VI veio a fundar na mesma tradição a Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, tomando-se por agraciada a Casa Real ao passar incólume perante a fúria napoleónica das invasões francesas. Desde 1820 que os vestidos das Rainhas portuguesas passaram também a vestir a imagem de Nossa

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Edvard Munch



Edvard Munch nasceu em Löten, na Noruega, em 12 de dezembro de 1863, e estudou arte em Oslo. Começou a pintar em 1880, primeiramente retratos e depois uma série de quadros naturalistas que testemunham sua rejeição do impressionismo da época. É característico dessa fase o quadro "Criança doente" (1886).
Apesar do escândalo causado pela exposição de suas obras em Oslo, Munch ganhou uma bolsa de estudos em 1889. Morou na França, na Alemanha e na Itália, e somente após 18 anos regressou à terra natal. Em Paris, fez contato com os pós-impressionistas, especialmente Toulouse-Lautrec e Gauguin, de quem recebeu reconhecida influência.
Interessado também no realismo social de Ibsen, criou para o escritor os cenários e figurinos da peça Peer Gynt, montada em Paris em 1896. A atmosfera sombria, os nus e retratos espectrais de Munch inspiram-se em Ibsen, mas a partir de 1890 seu expressionismo adquiriu caráter simbolista, de teor quase histérico em "O vampiro", "A angústia" ou "O grito".
Em Paris, pintou ainda "Frisa da vida", que considerou a síntese de sua obra. Em Berlim, entre 1892 e 1908, conheceu August Strindberg e influiu na evolução do expressionismo alemão.
Em 1910, definitivamente de volta à Noruega, Munch renovou sua pintura com um estilo não menos vigoroso mas de cores claras, em que se abranda o espírito trágico das obras anteriores. São dessa fase os murais "O sol", "A história" e "Alma mater", que criou de 1910 a 1915 para a Universidade de Oslo.
A maior parte de sua obra, inclusive admiráveis litografias e xilogravuras como "Moças na ponte" e "Noite branca" (1911), pode ser vista no museu de Oslo que recebeu seu nome. Edvard Munch morreu em Ekely, próximo a Oslo, em 23 de janeiro de 1944.
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Política - José Gil diz que discurso dos políticos está desfasado da realidade - RTP Noticias, Vídeo

Política - José Gil diz que discurso dos políticos está desfasado da realidade - RTP Noticias, Vídeo

Eduardo Lourenço Sic Notícias 6 08 2011 - Os Portrugueses a Europa e o Mundo

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Valores Éticos e Cidadania na Escola





Lugar privilegiado de aprendizagem, a escola pode igualmente desenvolver um papel estruturante na formação ética dos alunos. Um conjunto de competências direccionadas a uma “Educação para a Cidadania” é o que propõe este livro. Profundo conhecedor de temas como a pedagogia, ética e métodos de ensino, Ramiro Marques pretende incutir atitudes de auto-estima, respeito mútuo e regras de convivência com o objectivo de formar cidadãos solidários, independentes e civicamente responsáveis. Uma obra que constitui uma preciosa ferramenta de trabalho para todos os educadores.
Valores Éticos e Cidadania na Escola de Ramiro Marques

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

A Carícia Essencial ou a linguagem do afecto.Uma aprendizagem para os nossos dias.



Conta-se que certa vez um rei quis descobrir qual seria a linguagem natural dos seres humanos quando não lhes fosse ensinada nenhuma linguagem em particular. Por isso separou um grupo de recém-nascidos e isolou-os num lugar onde recebessem todos os cuidados necessários à sua sobrevivência, mas onde não tinham qualquer contacto com outras pessoas. Sabe o que aconteceu a esses bebés? Morreram. Morreram por falta de estímulos; ou melhor, por falta de carícias. Este livro fala-nos da importância do afecto e do papel fundamental do carinho no desenvolvimento do ser humano. A Carícia Essencial fala de um tema sempre agradável – o carinho de que todos nós precisamos. Com uma linguagem simples e doce, Roberto Shinyashiki faz uma análise das formas que as pessoas têm de exprimir o amor. Numa conversa envolvente, o autor aborda os aspectos psicológicos e sociais implícitos na comunicação, influenciando decisivamente as relações entre os seres humanos.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Saber Cantar - Tony Bennett and Stevie Wonder - For Once in my life live

Devemos ser libertados - The Band & Friends - I Shall Be Released (11.25.1976)

Bob Dylan - Like A Rolling Stone (ORIGINAL)

Dec. Lei nº 496/80





Dec. Lei n.º496/80 de 20 Outubro Os nossos governantes e a Troika desconhecem isto!!!! Não tiveram tempo para consultar este decreto-lei uma vez que data de 1980..... Como pode o Governo Central retirar os subsídios de férias e de natal se o Decreto Lei nº. 496/80,o qual não foi revogado, no seu artº.17, diz que os mesmos são inalienáveis e impenhoráveis . Faz a tua parte e divulga o máximo que te for possível. *D. Lei n.º496/80 de 20 Outubro* *Para que conste os subsídios de natal e de férias são inalianáveis e impenhoráveis.* *É o que diz o decreto lei, e que eu saiba até ao momento a lei ainda não foi alterada.* *Divulguem pelos vossos contactos para ver se chega a quem deve.* *Divulga o dl n.º496/80 de 20 de Outubro*

Mozart Divertimento in D Major KV 136

António Arnaut defende que os maçons se devem assumir como tal - RTP Noticias, Vídeo

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Antigo Grão-Mestre acusa Jorge Silva Carvalho de ter usado a maçonaria para um projeto de ambição pessoal - RTP Noticias, Vídeo

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Eduardo Lourenço - Prémio Pessoa 2011




25ª edição do Prémio Pessoa



Eduardo Lourenço é o Prémio Pessoa 2011. O Prémio Pessoa é concedido anualmente à pessoa de nacionalidade portuguesa que durante esse período e na sequência de uma atividade anterior tiver sido protagonista de uma intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária ou científica do País. Esta é a 25.ª edição do Prémio Pessoa.
Escreve o Júri: "Num momento crítico da História e da sociedade portuguesa, torna-se imperioso e urgente prestar reconhecimento ao exemplo de uma personalidade intelectual, cultural, ética e cívica que marcou o século XX português.
Eduardo Lourenço foi membro deste Júri desde o primeiro dia até 1993, tendo saído por vontade própria. A sua presença prestigiou o Prémio, que este ano celebra 25 anos de vida. O Prémio prestigia agora a sua presença e a sua intervenção na sociedade, ao longo de décadas de dedicação, labor e curiosidade intelectual, que o levaram à constituição de uma obra filosófica, ensaística e literária sem paralelo.
Entende o Júri homenagear ainda a generosidade e a modéstia desta sabedoria, que tendo deixado uma marca universal nos Estudos Portugueses e nos Estudos Pessoanos, nunca desdenhou a heteredoxia nem as grandes questões do nosso tempo e da nossa identidade. Em 2011, a Fundação Gulbenkian iniciou a publicação das suas 'Obras Completas', sendo que ao I Volume das Heteredoxias o autor acrescentou textos posteriores ao original, obra fundadora do pensamento cultural português.
Eduardo Lourenço é um português de que os portugueses se podem e devem orgulhar. O espírito de Eduardo Lourenço foi sempre reforçado pela sua cidadania atenta e atuante.
Portugal precisa de vozes como esta. E de obras como esta", pode ler-se na ata da reunião do júri.
O "Prémio Pessoa" é uma iniciativa anual do jornal EXPRESSO com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos, cuja designação se inspira no nome de Fernando Pessoa, e que se propõe reconhecer a atividade de pessoas portuguesas com papel significativo na vida cultural e científica do país. Contra a corrente de uma velha tradição nacional, segundo a qual a projeção de algumas obras da maior importância só foi verdadeiramente alcançada depois da morte dos seus autores - e foi esse, precisamente, o caso de Fernando Pessoa -, o Prémio Pessoa pretende representar uma nova atitude, um novo gesto, no reconhecimento contemporâneo das intervenções culturais e científicas produzidas por portugueses.
O júri do Prémio Pessoa 2011 é constituído por: Francisco Pinto Balsemão (Presidente); Fernando Faria de Oliveira (Vice-Presidente); António Barreto; Clara Ferreira Alves; Diogo Lucena; João Lobo Antunes; José Luís Porfírio; Maria de Sousa; Mário Soares; Miguel Veiga; Rui Magalhães Baião.
O "Prémio Pessoa 2011" é constituído por um diploma e uma dotação em dinheiro no valor de 60.000 euros.
Esta é a 25.ª edição do Prémio Pessoa. A lista dos galardoados é composta pelos seguintes nomes:
1987 - José Mattoso1988 - António Ramos Rosa1989 - Maria João Pires1990 - Menez1991 - Cláudio Torres1992 - António e Hanna Damásio1993 - Fernando Gil1994 - Herberto Helder1995 - Vasco Graça Moura1996 - João Lobo Antunes1997 - José Cardoso Pires1998 - Eduardo Souto Moura1999 - Manuel Alegre e José Manuel Rodrigues2000 - Emanuel Nunes2001 - João Bénard da Costa2002 - Manuel Sobrinho Simões2003 - José Joaquim Gomes Canotilho2004 - Mário Cláudio2005 - Luís Miguel Cintra2006 - António Câmara2007 - Irene Flunser Pimentel2008 - João Luís Carrilho da Graça2009 - D. Manuel Clemente2010 - Maria do Carmo Fonseca2011 - Eduardo Lourenço

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

O que é ser Liberal

TANTO SENTIMENTO MEU DEUS - Lou Donaldson Dr. Lonnie Smith: Whiskey Drinking Woman

Línguas de Fogo de Paulo Borges ou a vida post-mortem de Agostinho da Silva













Sinopse
A vida post-mortem de Agostinho da Silva no período sagrado das sete semanas que antecedem o Pentecostes. O «voo mágico» do grande filósofo português narrado por Paulo Borges com uma beleza literária que comove.



Excerto
«Terminado o canto, todos se precipitam, num grande tumulto, para saudar, abraçar e venerar o velho Mestre e amigo, que partira há precisamente sete semanas, no Domingo da Ressurreição. (...) Mas Agostinho, do alto do púlpito, com um gesto firme de ambas as mãos, abertas e erguidas à altura do peito, detém-nos e, voltando e inclinando lentamente as palmas das mãos para cima, em silêncio lhes indica, no gesto e na direcção do olhar grave, o tecto da gruta, ao mesmo tempo que progressivamente se esfuma e dissolve no espaço. Tomados de expectante estupor, todos se voltam então para o alto onde imediatamente ressurge (...) a mesma prodigiosa e ofuscante Luz a brilhar no coração da mais espessa Treva. (...) Toda a ingente assembleia, tomada de intensa comoção (...), imediatamente se ajoelha, com as mãos postas, os rostos primeiro com profundo respeito curvados e logo em devota adoração erguidos. Ao que, do âmago da esplendorosa aparição, no mais fundo silêncio, lentamente emanam e descem áureas e adamantinas coroas de luz resplandecente, imperiais e fechadas numa pequena esfera e pomba, que vêm delicadamente pousar sobre a fronte de cada um, coroando-os e sagrando-os Imperatrizes e Imperadores do Santo Espírito.»

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Mali Djembe Music: "Old Grand Masters" Aruna and Brulye play djembe

Jill Scott & George Benson- "Summertime"

A Arte da Guerra no CCB




A Arte da Guerra - Propaganda da II Guerra Mundial é o título da exposição temporária co-produzida pelo Museu do Caramulo e Museu Colecção Berardo.
A exposição mostra mais de 200 peças originais, como cartazes, panfletos, filmes e crachás de países que participaram na guerra, como os Estados Unidos, a Alemanha, a Inglaterra, a França, a Itália, o Japão e a União Soviética.
O tema da propaganda em tempo de guerra é fascinante. Pelo seu impacto, pelas diferentes formas como foi implementado nas várias nações, pela quantidade sem precedentes em que foi produzida, mas acima de tudo pela forma de arte que ela assumiu, cumprindo com o objectivo de uma qualquer outra obra de arte: provocar emoções nas pessoas e mudar o mundo.
O cartaz impresso "foi a principal forma de propaganda, sobretudo pela facilidade de produção e de aplicação em qualquer local, permitindo que a mensagem estivesse sempre presente junto dos cidadãos, e apelando a que dessem, produzissem e se sacrificassem" em prol do esforço de guerra, pode ler-se na descrição da exposição.
Os cartazes foram uma forma de propaganda criada expressamente com imagens fortes e mensagens acessíveis a toda a população, de forma a chegar a todo o tipo de pessoas, para as mobilizar a um apoio activo para o esforço de guerra.
Esta forma de comunicação foi produzida por ministérios e agências governamentais, organizações independentes ou empresas privadas, e combinava "ilustrações com forte teor emocional com mensagens de texto fáceis de decorar".
Enquanto na I Guerra Mundial os cartazes eram mais artísticos e mais sombrios, a propaganda da II Segunda Guerra Mundial, principalmente a partir de 1943, passou a recorrer a mensagens de texto simples com imagens estilizadas criadas pela indústria publicitária para uma maior eficácia e compreensão, refere o museu, sobre a exposição.
O objectivo era "inspirar o patriotismo, apelar ao contributo a bem da causa nacional", e que poderia ser dado de diversas formas, desde o alistamento nas forças armadas, o racionamento de comida ou de outros bens essenciais, o esforço na produção da indústria da guerra, o cuidado com as conversas em locais públicos, ou a compra de títulos de guerra.



Horário: Aberto todos os dias entre as 10h00 e as 19h00 (última entrada às 18h30).


Entrada livre

Michael Brecker Pat Metheny Jack DeJohnette Dave Holland Joey Calderazzo...

Ron Carter solo - willow weep for me

Ron Carter




Ron Carter é um dos mais admirados e respeitados contrabaixistas da atualidade. De acordo com os sítios da gravadora Blue Note e dele próprio, Carter figurou em mais de 3000 gravações (!) como sideman (acompanhante), além de gravar mais de 50 álbuns como líder. Começou a carreira tocando no quinteto de Chico Hamilton. Tocou no quinteto de Miles Davis de 1963 a 1968, na notável formação “moderna” que incluía também o pianista Herbie Hancock, o baterista Tony Williams e o saxofonista George Coleman (substituído depois por Wayne Shorter). A lista de grandes nomes com os quais tocou inclui Tommy Flanagan, Gil Evans, Bill Evans, Dexter Gordon, Wes Montgomery, Eric Dolphy, Don Ellis, Cannonball Adderley, Mal Waldron, Thelonious Monk, George Benson, Sonny Rollins, McCoy Tyner, Freddie Hubbard, Cedar Walton, Jim Hall, George Duke, Lena Horne e Aretha Franklin.
Dono de uma vasta cultura musical, o versátil Carter trabalhou dentro de variados estilos musicais:
jazz-rock, experimentos em música erudita de câmara, jazz mainstream, música de influência brasileira, etc. Em todos esses gêneros, e com as mais diferentes formações, Carter imprime sua marca: som encorpado, rico timbre “de madeira”, afinação perfeita, improvisos bem desenvolvidos, swing impecável.
Tendo começado na juventude a estudar música com o violoncelo, mesmo passando para o contrabaixo Carter não deixou de lado o apreço pela tessitura aguda dos instrumentos graves: assim, frequentemente ele troca o contrabaixo convencional pelo contrabaixo piccolo, que toca com a mesma técnica impecável. Outro aspecto interessante é que, quando toca como líder, Carter às vezes recruta outro contrabaixista para fornecer uma base rítmica sólida enquanto ele se lança em solos mais aventurosos.

Eduardo Lourenço - Prémio Pessoa 2011 no JL




A 'arca' de Lourenço. O JL revela o precioso acervo de inéditos do Prémio Pessoa 2011, em conversa com João Nuno Alçada e com testemunhos dos especialistas que o preparam para edição. Textos de Fernando Catroga e Guilherme d'Oliveira Martins. Entrevista com Eduardo Lourenço e um inédito seu sobre Régio e pessoa.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Colecção Berardo 1960-2010 no CCB







Exposição permanente do Museu Colecção Berardo (1960-2010)


Esta apresentação do Museu Coleção Berardo (1960-2010) dá continuidade ao período 1900-1960 instalado no piso 2 do museu. Com estes núcleos expostos em permanência, é proposta uma panorâmica da história da arte do século XX até aos nossos dias. Inicia-se com o Minimalismo, o Conceptualismo e a Arte Povera, movimentos que originaram uma pluralidade de atitudes modificadoras do estatuto do objeto artístico; percorre as emergências da narrativa e as reconfigurações da imagem fotográfica ou em movimento, e conclui-se com a diversidade dos discursos de alteridade e uma generalizada prática de interrogação do arquivo histórico.

A todos um bom ano de 2012








Nada melhor que entrar o ano com esta soberba criação do Pessoa.De alguem de tão humano que é,torna-se divino.




Poema do Menino Jesus


Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.
Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!
Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.
A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.
Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que ele as criou, do que duvido." -
"Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural.
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é por que ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre.
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.
A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.
A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontado.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.
Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.
Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos dos muros caiados.
Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.
Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos.
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu ao colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.
... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?




Alberto Caeiro