sábado, 8 de dezembro de 2012

Rousseau e A Origem da Desigualdade Entre os Homens

Simplesmente clássico - Pelikan M200



Simplesmente clássico

Como este é um dos produtos mais vendidos da Pelikan, os instrumentos de escrita desta série são conhecidos em todo o mundo. O corpo e a tampa são fabricados em resina de grande qualidade, em preto e verde. Com diferentes tonalidades de verde, esta série apresenta um aspecto distinto que recorda o mármore brilhante. A janela de visualização da tinta de cor antracite é uma característica clássica, assim como os anéis decorativos chapeados a ouro de 24 quilates.



A tampa com o característico clipe em forma de bico de pelicano, o logotipo da Pelikan que coroa a parte superior da tampa e a típica forma clássica combinam-se de forma harmoniosa para dar a este instrumento de escrita o desenho distinto da Pelikan.



A Classic mármore verde está fabricada com um mecanismo de enchimento por pistão tradicional e fiável. O aparo em aço inoxidável polido de grande qualidade está disponível em vários tamanhos.


domingo, 11 de novembro de 2012

CAMERATA DE CAJONS

Palmela





Palmela


Palmela é uma bonita vila, sede de concelho, situada na região de Lisboa, na Península de Setúbal, situada num local abençoado pela natureza, bem nos contrafortes da lindíssima Serra da Arrábida, de onde se tem um panorama fenomenal. 

Esta é uma região ocupada pelo Homem desde remotos tempos, que aqui sempre encontrou abrigos naturais, facilidade de comunicação e terrenos férteis. Por aqui passaram Celtas, Fenícios, Romanos e Muçulmanos, tendo sido reconquistada em 1147 pelas tropas do primeiro rei Português, D. Afonso Henriques. Em 1185 o território é doado à Ordem dos Cavaleiros de Santiago. As lutas e batalhas no território estendem-se durante algum tempo, sendo definitivamente reconquistado no reinado de D. Sancho I. 
Em 1443 instala-se no Castelo a Sede da Ordem Religiosa Militar de Santiago de Espada, influenciando toda a vivência da região. 

Palmela é uma vila riquíssima em termos históricos e patrimoniais, com um legado fabuloso e de grande beleza, começando pelo Castelo e todo o seu núcleo museológico que encima a vila e de onde se tem um panorama soberbo, mas também noutros pontos de grande interesse como as Igrejas da Misericórdia (século XVIII) e a de São Pedro, a Capela de S. João Baptista (século XVII), o pitoresco Coreto da Sociedade Filarmónica Humanitária construído em 1924, o bonito edifício dos Paços do Concelho do século XVII, o Pelourinho, classificado como monumento nacional, o magnânime Hospital do Espírito Santo, integrado na Misericórdia e provavelmente seu antecedente, cujo actual edifício data do século XVIII, ou o Chafariz D Maria I do século XVIII considerado durante muitos anos como porta de entrada e símbolo da vila. 

Vale a pena visitar também o Jardim Joaquim José Carvalho, o Cine Teatro São João ou mesmo o interessante Núcleo Museológico do Vinho e da Vinha, instalado na adega da Herdade de Algeruz, dedicado ao património e às vívidas memórias vitivinícolas da região de Palmela. 

De facto, esta é uma importante região vitivinícola, onde se produzem reconhecidos vinhos de mesa de excelente qualidade, bem como afamado Moscatel de Setúbal, celebrados com orgulho, anualmente em Setembro, nas Festas das Vindimas. 

Palmela Cidade Europeia do Vinho 2012

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O Homem Perante a Morte









Em 1975, Philippe Ariès publicava em França um pequeno livro, a que chamou Essais sur l’histoire de la mort en Occident. O autor, que desde o início dos anos 60 se lançara como pioneiro solitário à descoberta deste território quase virgem, decidia –dado o recente e extraordinário interesse que o tema da morte suscitava – apresentar em resumo as conclusões a que chegara depois de tantos anos de investigações. Era apenas um esboço de uma grande obra futura. Ei-la finalmente terminada. A atitude do homem perante a morte – e a vida – ao longo de mais de um milénio é o objecto do trabalho monumental deste grande e reconhecido historiador.
Philippe Ariès nasceu em França a 23 de Junho de 1914. Depois dos estudos de História na Sorbona, torna-se especialista das técnicas de informação nas ciências da agricultura tropical, o que não o impede de ser historiador e mesmo de se classificar na primeira fila da sua especialidade. Devem-se-lhe alguns trabalhos importantes, como Histoire des populations française e L’ Enfant et la Vie familiale sous l’ Ancien Régime. Junto com Georges Duby, dirigiu uma grande Histoire de la Vie Privée. Faleceu em 1984.
Título original: L’Homme devant la mort
Tradução: Ana Rabaça
Colecção: Biblioteca Universitária
Pp.: 344
Formato: 15,5 cm x 23 cm
ISBN: 978-972-1-01152-6
Data de Edição (2.ª): Agosto de 2000

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Não é Meia Noite Quem Quer






«Não é Meia Noite Quem Quer», de António Lobo Antunes, sai a 8 de Outubro


Não é Meia Noite Quem Quer, novo romance de António Lobo Antunes, será posto à venda pela Dom Quixote a 8 de Outubro. O livro será apresentado em Penafiel, no âmbito da 5.ª Edição da Escritaria (26 a 28 de Outubro), dedicada precisamente a Lobo Antunes.

Sobre o livro: «O enredo do livro desenvolve-se em três dias, sexta-feira, sábado e domingo.
Uma mulher com perto de cinquenta anos vai passar um fim-de-semana na casa de férias da família, numa praia não identificada. A casa, modesta, foi vendida e ela quer despedir-se dela, mas também relembrar tudo o que ali se passou – a sua infância com os pais e os irmãos, o suicídio do irmão mais velho, o irmão surdo-mudo, o complexo e dramático relacionamento dos pais, a menina da casa em frente, sua amiga do tempo de férias.»

Livraria Esperança

Young People's Chorus of New York City - Give Us Hope by Jim Papoulis

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Coluna de opinião do Semanário Expresso







(Coluna de opinião do Semanário Expresso)

Nicolau Santos

Senhor Primeiro-ministro, depois das medidas que anunciou sinto uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes. Também eu, senhor Primeiro-ministro. Só me apetece rugir!…O que o Senhor fez, foi um Roubo! Um Roubo descarado à classe média, no alto da sua impunidade política! Por isso, um duplo roubo: pelo crime em si e pela indecorosa impunidade de que se revestiu. E, ainda pior: Vossa Excelência matou o País!Invoca Sua Sumidade, que as medidas são suas, mas o déficite é do Sócrates! Só os tolos caem na esparrela desse argumento.O déficite já vem do tempo de Cavaco Silva, quando, como bom aluno que foi, nos anos 80, a mando dos donos da Europa, decidiu, a troco de 700 milhões de contos anuais, acabar com as Pescas, a Agricultura e a Industria. Farisaicamente, Bruxelas pagava então, aos pescadores para não pescarem e aos agricultores para não cultivarem. O resultado, foi uma total dependência alimentar, uma decadência industrial e investimentos faraónicos no cimento e no alcatrão. Bens não transaccionáveis, que significaram o êxodo rural para o litoral, corrupção larvar e uma classe de novos muitíssimo-ricos. Toda esta tragédia, que mergulhou um País numa espiral deficitária, acabou, fragorosamente, com Sócrates. O déficite é de toda esta gente, que hoje vive gozando as delícias das suas malfeitorias.E você é o herdeiro e o filho predilecto de todos estes que você, agora, hipocritamente, quer pôr no banco dos réus?Mas o Senhor também é responsável por esta crise. Tem as suas asas crivadas pelo chumbo da sua própria espingarda. Porque deitou abaixo o PEC4, de má memória, dando asas aos abutres financeiros para inflacionarem a dívida para valores insuportáveis e porque invocou como motivo para tal chumbo, o carácter excessivo dessas medidas. Prometeu, entretanto, não subir os impostos. Depois, já no poder, anunciou como excepcional, o corte no subsídio de Natal. Agora, isto! Ou seja, de mentira em mentira, até a este colossal embuste, que é o Orçamento Geral do Estado.Diz Vossa Eminência que não tinha outra saída. Ou seja, todas as soluções passam pelo ataque ao Trabalho e pela defesa do Capital Financeiro. Outro embuste. Já se sabia no que resultaram estas mesmas medidas na Grécia: no desemprego, na recessão e num déficite ainda maior. Pois o senhor, incauto e ignorante, não se importou de importar tão assassina cartilha. Sem Economia, não há Finanças, deveria saber o Senhor. Com ainda menos Economia (a recessão atingirá valores perto do 5% em 2012), com muito mais falências e com o desemprego a atingir o colossal valor de 20%, onde vai Sua Sabedoria buscar receitas para corrigir o déficite? Com a banca descapitalizada (para onde foram os biliões do BPN?), como traçará linhas de crédito para as pequenas e médias empresas, responsáveis por 90% do desemprego?O Senhor burlou-nos e espoliou-nos. Teve a admirável coragem de sacar aos indefesos dos trabalhadores, com a esfarrapada desculpa de não ter outra hipótese. E há tantas! Dou-lhe um exemplo: o Metro do Porto.Tem um prejuízo de 3.500 milhões de euros, é todo à superfície e tem uma oferta 400 vezes (!!!) superior à procura. Tudo alinhavado à medida de uns tantos autarcas, embandeirados por Valentim Loureiro.Outro exemplo: as parcerias público-privadas, grande sugadouro das finanças públicas.Outro exemplo: Dizem os estudos que, se V. Ex.ª cortasse na mesma percentagem, os rendimentos das 10 maiores fortunas de Portugal, ficaríamos aliviadinhos de todo, desta canga deficitária. Até porque foram elas, as grandes beneficiárias desta orgia grega que nos tramou. Estaria horas, a desfiar exemplos e Você não gastou um minuto em pensar em deslocar-se a Bruxelas, para dilatar no tempo, as gravosas medidas que anunciou, para Salvar Portugal!Diz Boaventura de Sousa Santos que o Senhor Primeiro-ministro é um homem sem experiência, sem ideias e sem substrato académico para tais andanças. Concordo! Como não sabe, pretende ser um bom aluno dos mandantes da Europa, esperando deles, compreensão e consideração. Genuína ingenuidade! Com tudo isto, passou de bom aluno, para lacaio da senhora Merkel e do senhor Sarkhozy, quando precisávamos, não de um bom aluno, mas de um Mestre, de um Líder, com uma Ideia e um Projecto para Portugal. O Senhor, ao desistir da Economia, desistiu de Portugal! Foi o coveiro da nossa independência. Hoje, é, apenas, o Gauleiter de Berlim.Demita-se, senhor primeiro-ministro, antes que seja o Povo a demiti-lo.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

James Taylor - Sweet Baby James (1970) (Full Album) HD

Crosby, Stills & Nash - Crosby, Stills & Nash (Full Album)

THE MOODY BLUES -- In Search Of The Lost Chord -- 1968

Nova Águia nº 10



Nova Águia nº 10

EDITORIAL

Alguns continuam a defender que a nossa tradição filosófica e cultural é pobre, mas a NOVA ÁGUIA persiste em provar que assim não é. Não pretendendo afirmar que essa tradição filosófica e cultural é “melhor do que as outras” – nunca foi esse o nosso espírito –, procuraremos apenas demonstrar que ela é uma tradição rica, digna de ser honrada. Assim, claro está, a conheçamos.

No décimo número da NOVA ÁGUIA, mantemos essa demanda, destacando, desde logo, Leonardo Coimbra, por ocasião dos 100 anos d’O Criacionismo, uma das obras mais marcantes da nossa tradição filosófica. Leonardo Coimbra foi, como é sabido, uma das figuras maiores da “Renascença Portuguesa” – cujo centenário igualmente neste ano se comemora, conforme salientámos no número anterior. Enquanto Professor da Faculdade de Letras do Porto, foi ele, de resto, o grande “Mestre” de alguns autores de referência da Filosofia Portuguesa – nomeadamente, Álvaro Ribeiro e José Marinho (por nós evocados no oitavo número).

A par de Leonardo Coimbra, destacamos neste número Dalila Pereira da Costa – falecida em Março deste ano. Tal como fizemos com António Telmo (no sexto número), a NOVA ÁGUIA homenageia assim aqueles que, nas últimas décadas, mais têm contribuído para o enriquecimento da nossa tradição filosófica e cultural. E Dalila Pereira da Costa foi, sem dúvida, uma das autoras que nos deixou uma Obra maior, que certamente continuará a interpelar as próximas gerações.

Para além destes dois autores, neste número destacamos ainda duas figuras mais antigas mas, nem por isso, menos relevantes: Manuel Laranjeira e João de Deus. Sobre João de Deus, publicamos alguns textos apresentados num Seminário que se realizou, em Abril deste ano, sobre a sua Obra, que tão inspiradora foi para a geração da “Renascença Portuguesa”. Sobre Manuel Laranjeira, por ocasião do centenário do seu falecimento, publicamos alguns textos que, não por acaso, salientam a actualidade da sua Obra. Como não nos cansamos de dizer, a NOVA ÁGUIA, enraizando-se numa tradição, nunca teve um olhar passadista – quando se volta para o passado, é para repensar o nosso presente e, sobretudo, abrir horizontes de futuro.

Como sempre tem acontecido, também neste número houve espaço para desenvolver outros temas e evocar outros autores – Teixeira de Pascoaes, desde logo, por ocasião dos 100 anos d’O Saudosismo (recordamos que o Poeta da “Renascença Portuguesa” foi o autor de capa do quarto número da revista), mas também Faria de Vasconcelos e Milton Vargas, insigne filósofo brasileiro recentemente falecido, que, como recorda António Braz Teixeira, foi «membro destacado do que se convencionou designar por “Escola de São Paulo”, movimento especulativo desenvolvido na capital paulista, durante a década de 50 e 60 do século XX, em torno do Instituto Brasileiro de Filosofia».

Para além das secções habituais da Revista, que se mantêm, neste número inauguramos uma nova, “Noticiáguio”, que, mesmo a fechar, regista alguns acontecimentos dignos de nota. Como sempre, ficaram muitos textos de fora – salientamos, em particular, dois conjuntos textuais sobre dois Poetas, Ramos Rosa e Couto Viana, que iremos publicar já no próximo número, que terá como tema maior o Mar, na sua relação com a nossa Cultura, com a nossa Língua, já que, seguindo o lapidar mote de Vergílio Ferreira: “Da minha língua vê-se o mar”. No décimo número da NOVA ÁGUIA, poderíamos, talvez, ter um registo mais comemorativo – afinal, não são muitas as revistas deste cariz que atingem esta marca. Mas, também aqui, preferimos olhar para o futuro – quando chegarmos ao centésimo número, faremos, então sim, um número comemorativo. Fica desde já prometido.

A Direcção da NOVA ÁGUIA




O Vazio Revelado por Ruy Figueiredo








  • Morada: Biblioteca - Museu República e Resistência - Grandela - Estrada da Benfica, 419 LISBOA
  • Ruy Figueiredo convida todos a estarem presentes na sua Comunicação / Palestra 'O VAZIO ReVelado', a ter lugar na Biblioteca - Museu República e Resistência - Grandela, em Lisboa, a 12 de Outubro de 2012 pelas 21.00.

    Comunicação “O VAZIO ReVelado” por Ruy Figueiredo.
    (...)
    - Somos mais “não ser” do que “ser”.
    - A forma é vazio e vazio é a forma.
    - O vazio é o TAO para os chineses, Ain Soph para os cabalistas e vácuo para os cientistas modernos.
    (...)

    Todos os Convidados poderão visitar a Exposição 'Imagens Reveladas' de Dário Vieira (Fotografia) e João Silva (pintura) que decorre no mesmo espaço.


Edgar Morin - O Homem e a Morte





É impossível conhecer o homem sem lhe estudar a morte, porque, talvez mais do que na vida, é na morte que o homem exprime o que a vida tem de mais fundamental. Por isso, parece indispensável integrar a reflexão sobre a morte no estudo da antropologia. E o facto de essa realidade ter andado ausente da preocupação dos cultores de tal ciência só pode ter tido como conseqüência, no mínimo, a incompletude do conhecimento do homem. Edgar Morin apresenta neste trabalho uma tentativa de integrar a morte nos parâmetros da reflexão antropológica.Mais »





domingo, 21 de outubro de 2012

Linhas de Wellington





A História

Em 27 de Setembro de 1810, as tropas francesas comandadas pelo marechal Massena, são derrotadas na Serra do Buçaco pelo exército anglo-português do general Wellington. 

Apesar da vitória, portugueses e ingleses retiram-se a marchas forçadas diante do inimigo, numericamente superior, com o objectivo de o atrair a Torres Vedras, onde Wellington fez construir linhas fortificadas dificilmente transponíveis. 


Simultaneamente, o comando anglo-português organiza a evacuação de todo o território compreendido entre o campo de batalha e as linhas de Torres Vedras, numa gigantesca operação de terra queimada, que tolhe aos franceses toda a possibilidade de aprovisionamento local.  


É este o pano de fundo das aventuras de uma plêiade de personagens de todas as condições sociais – soldados e civis; homens, mulheres e crianças; jovens e velhos -, arrancados à rotina quotidiana pela guerra e lançados por montes e vales, entre povoações em ruína, florestas calcinadas, culturas devastadas. 


Perseguida encarniçadamente pelos franceses, atormentada por um clima inclemente, a massa dos foragidos continua a avançar cerrando os dentes, simplesmente para salvar a pele, ou com a vontade tenaz de resistir aos invasores e rechaçá-los do país, ou ainda na esperança de tirar partido da desordem reinante para satisfazer os mais baixos instintos. 


Todos, quaisquer que sejam o seu carácter e as suas motivações – do jovem tenente idealista Pedro de Alencar, passando pela maliciosa inglesinha Clarissa Warren, ou pelo sombrio traficante Penabranca, até ao vindicativo sargento Francisco Xavier e à exuberante vivandeira Martírio -, convergem por diferentes caminhos para as linhas de Torres, onde o combate final deve decidir do destino de cada um.



Valeria Sarmiento:

« Não há dúvida de que as invasões francesas a Portugal estavam completamente afastadas do meu mundo. Comecei por comparar o êxodo da população, obrigada a deixar as suas terras por causa da guerra, ao meu próprio exílio, e , deste modo, aproximar-me da narrativa. 

É inegável a ligação afectiva a este filme. Depois da morte do Raúl, o produtor Paulo Branco convidou-me a retomar o projecto. Tive medo mas nunca dúvidas: tinha que o fazer pelo Raúl. Foi uma homenagem minha e da equipa - técnicos e actores - que sentiram exactamente o mesmo que eu. 


Trabalhar com o Carlos Saboga é sempre uma delícia. Tanto o guião de “Linhas de Wellington” como o de “Mistérios de Lisboa” são excelentes e obedecem a uma estrutura mais próxima de “As mil e uma noites” do que a uma produção de Hollywood. Ele deu uma grande importância às personagens femininas e isso distingue este projecto de todos os outros filmes de batalha. 


Filmámos em paisagens diferentes, sobretudo na zona Oeste, num ambiente singular que, a par da fotografia e da música, deu ao êxodo das populações uma força esmagadora. 


Nunca tinha filmado tantas pessoas juntas mas com os meios modernos de rodagem acabou por ser muito fácil. Acredito que não tenha sido tão fácil para os figurantes - alguns passaram pelo mesmo frio que as tropas francesas - mas falei com vários que me disseram ter-se divertido muito. 


O filme acabou por ser mais do que um apego sentimental. Foi um desafio e um dever que me deu um enorme prazer e, por isso, agradeço a todos os que nele participaram. 


Acredito que trabalhámos todos em diálogo com o Raúl, que nos apoiava sempre lá do alto. »


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

23ª Amadora BD




O Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, que começa a 26 de outubro, é dedicado à autobiografia e estende-se, pela primeira vez, a vários espaços em Lisboa, disse à agência Lusa o diretor, Nelson Dona.
A 23.ª edição do Amadora BD decorrerá de 26 de outubro a 11 de novembro, no Fórum Luís de Camões, onde estará concentrada a maioria das exposições.
A mostra central será dedicada ao tema da autobiografia, não na perspetiva do autor a "olhar para o umbigo", mas como "testemunho da vida real das pessoas", referiu Nelson Dona.
Comissariada pelo investigador Pedro Moura, esta exposição incluirá obras de autores que exemplificam essa apropriação da banda desenhada como relato social, como os norte-americanos Robert Crumb e Justin Green e os portugueses Marco Mendes e Paulo Monteiro.
Justin Green, considerado um dos nomes de relevo da banda desennhada autobiográfica norte-americana, que influenciou, por exemplo, Art Spiegelman, será um dos autores a marcar presença na Amadora.

O festival irá ainda associar-se aos 50 anos da criação do super-herói Homem-Aranha acolhendo uma exposição, em parceria com Milão, com pranchas de vários autores que desenharam a personagem da Marvel.
A exposição terá obras do brasileiro Mike Deodato, que estará no festival, e dos portugueses Nuno Plati e Ricardo Tércio, que colaboram com a editora norte-americana, entre outros.
No Fórum Luís de Camões haverá ainda exposições individuais de Ricardo Cabral, Ana Afonso e Paulo Monteiro, que assina este ano a imagem gráfica do festival.
O autor francês de ascendência portuguesa Cyril Pedrosa estará na Amadora para apresentar a edição portuguesa do livro "Portugal", distinguido, em janeiro, no festival de Angoulême, em França.
Cyril Pedrosa, neto de portugueses, terá também uma exposição no festival, revelando o processo criativo e originais do livro, uma vez que a ideia de "Portugal" nasceu numa série de viagens e pesquisas feitas no país.
O autor Victor Mesquita, conhecido como Vicaro, terá duas exposições no festival: uma de pintura e outra de BD, que compara o processo criativo dos dois volumes da história "Eternus 9", editados com 30 anos de intervalo.

Pela primeira vez, o festival alarga as suas atividades para lá do concelho da Amadora e incluirá atividades em Lisboa, em parceria com os institutos Goethe e Franco-Português.
"Tínhamos muitas solicitações e vontade de galerias em querer associar-se ao festival, por isso decidimos envolver pelo menos estes dois institutos com programação", disse Nelson Dona.
No Instituto Goethe estará uma mostra de Ricardo Cabral e Till Laßmann, intitulada "Urbansketches", enquanto no Franco-Português estarão os autores Cyril Pedrosa e Mathieu Sapin para falar de biografias em banda desenhada.
Mathieu Sapin, o desenhador francês que fez a cobertura das presidenciais do candidato François Hollande, em França, estará em Portugal para uma residência artística que resultará na edição de uma história passada entre a Amadora e Lisboa.
Entre as exposições espalhadas pela Amadora, destaque para a da ilustradora Maria João Worm, Prémio Nacional de Ilustração 2011, na Casa Roque Gameiro.