terça-feira, 19 de novembro de 2013

Air - Johann Sebastian Bach

Pachelbel - Canon In D Major. Best version.

Nocturno - Chopin

Beethoven Moonlight Sonata (Sonata al chiaro di luna)

Kipling










Romancista, contista, cronista, jornalista e poeta inglês; nasceu na Índia, em 1865, foi educado por pais adotivos e estudou em um internato na Inglaterra, retornando mais tarde à terra natal como jornalista (1882-9).




Entre suas coletâneas de artigos e poemas está "Simples Contos das Colinas" (1888), que descreve os costumes de indianos e ingleses. Muitos de seus contos revelam preocupação com a crueldade e o sobrenatural. São conhecidos seus contos que mostram os costumes indianos e o choque de cultura com o Império Britânico, como em "O Homem que Queria ser Rei" e seus contos sobrenaturais, como em "Minha Própria História de Fantasmas".



Considerado 'o poeta do Império', seus conceitos se refletiram em poemas bastante conhecidos, como "Mandalay", "Gunga Din" e "Se". Grande parte da sua melhor poesia aparece em " As Baladas da Caserna", publicado em 1892. As obras infantis Stalky & Co. (1899); os dois Livros da Selva (1894), sobre Mowgli, um menino criado entre lobos; "Just so Stories" (1902) e "Puck of Pook's Hill" (1906) continuam populares, bem como sua obra-prima "Kim" (1901), sobre as aventuras de um garoto inglês órfão entre os povos e costumes do noroeste da Índia.



Romancista, contista, cronista, jornalista e poeta inglês; nasceu na Índia, em 1865, foi educado por pais adotivos e estudou em um internato na Inglaterra, retornando mais tarde à terra natal como jornalista (1882-9).




Entre suas coletâneas de artigos e poemas está "Simples Contos das Colinas" (1888), que descreve os costumes de indianos e ingleses. Muitos de seus contos revelam preocupação com a crueldade e o sobrenatural. São conhecidos seus contos que mostram os costumes indianos e o choque de cultura com o Império Britânico, como em "O Homem que Queria ser Rei" e seus contos sobrenaturais, como em "Minha Própria História de Fantasmas".



Considerado 'o poeta do Império', seus conceitos se refletiram em poemas bastante conhecidos, como "Mandalay", "Gunga Din" e "Se". Grande parte da sua melhor poesia aparece em " As Baladas da Caserna", publicado em 1892. As obras infantis Stalky & Co. (1899); os dois Livros da Selva (1894), sobre Mowgli, um menino criado entre lobos; "Just so Stories" (1902) e "Puck of Pook's Hill" (1906) continuam populares, bem como sua obra-prima "Kim" (1901), sobre as aventuras de um garoto inglês órfão entre os povos e costumes do noroeste da Índia.



Sua produção jornalística incluí crônicas sobre as guerras européias, relatos de viagens, e cartas pessoais, destacando-se "Notas Americanas" e "Crônicas do Brasil", este último publicado postumamente.



Foi o primeiro inglês a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1907. Após a Primeira Guerra Mundial, sua produção literária diminui em virtude do trauma da perda de seu filho neste conflito. Falece em 1936, estando enterrado no Canto dos Poetas da Abadia de Westminster em Londres.
Sua produção jornalística incluí crônicas sobre as guerras européias, relatos de viagens, e cartas pessoais, destacando-se "Notas Americanas" e "Crônicas do Brasil", este último publicado postumamente.



Foi o primeiro inglês a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1907. Após a Primeira Guerra Mundial, sua produção literária diminui em virtude do trauma da perda de seu filho neste conflito. Falece em 1936, estando enterrado no Canto dos Poetas da Abadia de Westminster em Londres.

O Tambor de Gunter Grass










O Tambor - Gunter Grass

“O Tambor” é a história de Óscar, um jovem que a vida fez anão, disforme e desprezado, na cidade de Danzig, a moderna Gdansk. Óscar, internado num hospital psiquiátrico após a segunda guerra mundial narra a história da sua vida, desde o nascimento no meio rural da Alemanha dos anos 20, até que a loucura da humanidade se confunda com a dele próprio e o encerre com os grilhões da normalidade. Nesse cárcere final Óscar revive o passado como se fosse o tambor a contar-lhe a história; na verdade, ele confunde-se com o próprio tambor que o acompanhou durante toda a existência. Ao longo da obra, Grass coloca várias vezes o tambor a falar na primeira pessoa, confundindo-se ele próprio com o personagem principal.

À medida que Óscar vai tocando tambor, vai-se apercebendo que ele se torna um instrumento de poder, como a flauta de Hemlin. É ele que faz o povo chorar, como a cebola que se descasca. É a ele que o povo segue, como os ratos seguem o flautista. É a sátira ao poder mas, principalmente à fraqueza de espírito de um povo despersonalizado, anónimo e apático. É a crítica à indiferença do cidadão comum perante as atrocidades da guerra. Óscar simboliza essa massa anónima que “toca tambor” enquanto a matança prossegue.

Óscar é um personagem frio, completamente imune a qualquer sentimento, exptuando o amor pela mãe. Pormenor marcante da narrativa: Óscar entrega o pai adoptivo, bem como o pai verdadeiro às tropas nazis sem qualquer piedade. A sua aparente loucura não é mais do que uma estratégia de sobrevivência.

Num mundo marcado por uma guerra em que se matam freiras que se confundem com franceses, e que perante as atrocidades de Hitler um povo toca tambor, o surreal emerge da superfície real das coisas. E a vida sobrevive, o sentido das coisas passa apenas por aquilo que está “à mão”, nada mais interessa; nem a Pátria, nem a família nem qualquer Deus. Tudo vive ao ritmo do tambor.

Ao longo de toda a obra, Grass deixa bem vincada a sua mordacidade, a sua escrita quase cínica, em busca do grotesco que emerge da vida. Toda a realidade se confunde com o grotesco e o fantástico, sem nunca sair da mais banal sobrevivência quotidiana. Por todo o lado, o sofrimento, mas um sofrimento normal, habitual, como se a vida não tivesse sentido sem esse sofrer. Nem que seja preciso descascar cebolas para chorar ou maltratar uma mulher para a amar. O sofrimento caminha sempre lado a lado com a vida e a felicidade. Publicada por Manuel Cardoso

Entrevista com o Dr. Sergio Niza para a revista Camine -bloco 1/2

Entrevista com o Dr. Sergio Niza para a revista Camine -bloco 2/2

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Albert Camus





O autor, jornalista e filósofo francês faria hoje cem anos. Morreu em 1960, sem aviso mas a tempo de deixar obra ímpar e de ser distinguido com o Nobel da Literatura. Recordamos dez lados de Albert Camus

O Professor



Se não fosse Albert Camus, provavelmente não saberíamos nada sobre Louis Germain. Mas o contrário também é verdade: sem Louis Germain, mestre-escola do pequeno Albert, provavelmente o mundo não teria chegado a assistir ao triunfo literário de Camus. Foi graças ao incentivo de Germain que Camus, uma criança oriunda de uma família bastante pobre, pôde prosseguir os seus estudos. O escritor nunca esqueceu a importância do professor, a quem dedicou o discurso de aceitação do Prémio Nobel, em 1957. Ao longo dos anos, Camus manteve o contacto com este homem, a quem disse, em carta datada de 1945, que “era um dos dois ou três homens a quem devia praticamente tudo”. Órfão de pai – morto na Grande Guerra –, Camus projectou em Germain a figura paterna, que na sua obra desaparece para dar lugar à mãe.



A Mãe



Eram estas as dez palavras preferidas de Camus: mundo, dor, terra, mãe, homens, deserto, honra, miséria, Verão, mar. De todas, “mãe” será a mais importante. Sobretudo por uma ainda hoje polémica resposta do escritor a uma questão de um estudante argelino, em Estocolmo, quando recebeu o Prémio Nobel. Nessa altura, questionado sobre a justiça da luta pela independência do povo argelino e o terrorismo contra civis, Camus respondeu que acreditava na justiça, mas que poria sempre a sua mãe em primeiro lugar. Muitos acusaram-no de preterir o universal em favor do pessoal, denunciando o carácter antikantiano da sua frase. Mas nesta escolha – controversa, é certo – vê-se igualmente um imperativo ético em acção, erguer uma barreira contra a violência bem-intencionada e que tantas vezes descarrilou para a barbárie. Vê-se, em suma, o humanismo radical de Camus.



Guarda-Redes



Uma das características fascinantes da personalidade de Camus é uma aparente simplicidade sob a qual se oculta uma mente inquieta e exigente. Se, de certa forma, essa característica se plasma na sua escrita – límpida e dura, sem ornamentos desnecessários, ao serviço de um pensamento claro e profundo – é na sua vida que ela se manifesta com mais pujança. Em comparação com outros intelectuais da altura, muito dados a abstracções e a conceitos ideológicos impostos à realidade, Camus tinha a vantagem de ser um filho legítimo do povo. Nada ilustra melhor essa condição genuína que o facto de, ainda na Argélia, Camus ter sido guarda-redes de um clube de futebol universitário. Como escreveu Michel Winock, Camus “não tem de descer ao povo porque faz parte dele”.



A Imagem



A importância da imagem no culto camusiano não deve ser desprezada. Quando Camus visitou os Estados Unidos, a propósito da publicação da edição norte--americana de “O Estrangeiro”, a comunicação social não hesitou em compará--lo com Humphrey Bogart, criando a imagem duradoura do existencialista cool. De facto, ainda hoje Camus beneficia desta aura de sedutor sereno, sendo visto como uma espécie de detective elegante dos meandros da existência e das complexidades filosóficas. A morte precoce, quando tinha apenas 46 anos, num acidente de viação, apenas reforçou a dimensão quase cinematográfica do mito: o de um homem que personificava a aliança perfeita entre um pensamento encantador e um aspecto inteligente, o equilíbrio alquímico entre moral e rebeldia.



O Estrangeiro



“Hoje a mãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem.” As duas primeiras frases de “O Estrangeiro” estabelecem de imediato um tom de indiferença e de alienação que, a par de certas imagens de Kafka, é provavelmente o mais perto que a literatura do século xx esteve do absurdo da existência. Aqui a questão não é ver o homem soçobrar perante o peso da sociedade moderna (o trabalho repetitivo, a solidão das metrópoles, etc.), mas ter de lidar com uma angústia mais ancestral, primitiva, básica; a angústia que está no cerne das grandes questões filosóficas e religiosas. Sartre disse que o título poderia ser “Nascido no Exílio” (tomado de empréstimo de um outro livro) e a expressão não podia ser mais exacta para resumir uma obra que, por sua vez, é um resumo da condição humana e de todo o desespero feliz e cheio de esperança que nela existe.



O Jornalista



A faceta jornalística de Camus não contém em si nada de surpreendente. Aí vemos o mesmo homem exigente, a professar uma moral que não é moralista, uma moral prática que ele desejava ver corporizada numa classe de jornalistas independentes e comprometidos (que “tomam partido” sem se tornarem “partidários”, cf. “O Século dos Intelectuais”). Entre 1943 e 1947, Camus, enquanto chefe de redacção do “Combat”, um dos muitos jornais de esquerda da época, apontou o caminho para um jornalismo emancipado do poder do dinheiro e que assumisse a sua vocação de farol cívico. Com o fim da guerra, o jornal foi perdendo influência, numa altura em que o próprio Camus já estava mais disposto a investir na sua carreira como escritor e como editor na Gallimard. No entanto, a lição da sua intransigência ética é um bem precioso que todos os jornalistas devem ter presente.



A Personagem



Uns talvez se lembrem do Dr. Bernard Rieux, de “A Peste”, outros não hesitarão em escolher o anti-herói Meursault, de “O Estrangeiro”. Jean-Baptiste Clamence, o juiz-penitente de “A Queda” não é uma má escolha e, se a opção for menos óbvia, talvez se possa indicar a presença fantasmagórica da mulher de Rieux. No entanto, para um aspirante a escritor, a personagem mais marcante de Camus tem um papel secundário em “A Peste”: Joseph Grand, o funcionário municipal e escritor nas horas vagas que não consegue passar da primeira frase do romance perfeito que quer escrever. Grand procura atingir a perfeição sonora, o equilíbrio polido da forma, um significado profundo e, com tão elevada fasquia, nunca consegue completar essa frase impossível.



Camus vs. Sartre



E pensar que tudo começou numa agradável troca de elogios e vénias literárias, que, porém, já continham as sementes da acrimónia futura. Apesar da extensa e elogiosa crítica que Sartre dedicou a “O Estrangeiro”, em 1943, Camus, com a sua perspicácia mediterrânica, notou logo ali um “tom ácido”. Mas as coisas iriam piorar. Já depois da guerra, os dois amigos afastaram-se, assumindo posições diferentes em relação ao comunismo: Camus mais crítico com Moscovo, Sartre mais entusiasmado com o regime soviético. Camus viria a receber o Nobel antes de Sartre, que, em 1964, recusou o prémio com o argumento de que um escritor não se devia tornar “uma instituição”. Se não uma instituição, Sartre tornou-se pelo menos uma estrela da intelectualidade de esquerda, mas hoje em dia é Camus quem recolhe os louros literários.



Críticas



A obra de Camus já sofreu várias tentativas de diminuição pública. A mais comum é a que procura obliterar os méritos literários da obra justificando o seu sucesso, a devoção dos leitores, unicamente com o fundo moral da mesma, transformando o autor numa espécie de promotor de um culto laico do qual ele seria o santo padroeiro. Sem dúvida que a obra de Camus não recusa a questão moral (não confundir com moralismo), mas não só o próprio rejeitava esse papel de profeta laico como a clareza do seu estilo, em vez de ser apontada como uma insuficiência, tem de ser entendida como uma afirmação simultaneamente ética e estética. Sontag podia dizer, com alguma petulância, que “não há em Camus nem arte nem pensamento de altíssima qualidade”, mas quando relemos “A Peste” ou “O Estrangeiro” ficamos com a certeza de que nenhum outro escritor moderno se aproximou tanto do coração do homem, do seu centro moral.



Defensores

“A grandeza de Camus consiste em ter unido uma ética inflexível a uma inexaurível capacidade de felicidade, de viver a fundo a vida, como um baile popular ou um dia de sol à beira-mar, até na sua tragicidade enfrentada sem rebuço, recusando qualquer moral que reprima a alegria e o desejo. Camus tem um sagrado, religioso respeito pela existência, o qual o impede de qualquer transcendência, metafísica ou política, que pretenda sacrificá--la a fins superiores.” Num dos textos de “Alfabetos”, o escritor italiano Claudio Magris mostra, em poucas linhas, que a dimensão humana de Camus não era apenas retórica, mas uma força viva que se manifestava na sua prática literária e jornalística. Por sua vez, o filósofo espanhol Fernando Savater sossega-nos quanto a eventuais receios de um reencontro com a obra do escritor francês: “Camus não tem uma única ruga. Mais nosso que nunca: mais equânime, mais valente, mais tonificante e lúcido que nunca.”