terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Grande Silêncio



«O grande silêncio»
Excertos da imprensa internacional sobre o filme
O GRANDE SILÊNCIO decorre durante 162 minutos – 162 absorventes, emocionantes, alegres minutos. O realizador, Philip Gröning, faz-nos mergulhar num mundo tão misterioso e frequentemente tão silencioso como o lado obscuro da lua, um convento de monges cartuxos nos Alpes franceses. Fundado no século XII, os cartuxos estão entre as ordens católicas mais rigorosas, já que os monges (e as freiras acomodadas separadamente) vivem praticamente sozinhos nas suas celas individuais. Num mundo esmagadoramente barulhento, os cartuxos procuram Deus na solidão; ponderando um todo, incluindo a invejável tranquilidade e concentração das suas vidas, cedo compreenderão porquê. Porque a solidão é a vocação essencial dos cartuxos, O GRANDE SILÊNCIO tem poucas palavras. Enquadrado pelas estações do ano, o filme abre numa placidez invernosa com a introdução dos dois iniciados. Nos dias e estações que se seguem, o realizador leva-nos por dentro e à volta do convento e das celas, seguindo os iniciados e os monges enquanto eles comem, rezam, trabalham, e por vezes brincam. Através de ritmos vagarosos e uma realização harmoniosa, o realizador encontra beldade num grão de poeira, num pedaço de terra recém lavrado e nas longas sobrancelhas que pendem como uma cortina sobre os olhos de um monge idoso cego. A Graça, ao que parece, é silenciosa.
The New York Times

O GRANDE SILÊNCIO é um retrato íntimo da vida de todos os dias dos monges cartuxos no alto de um canto remoto dos Alpes franceses.No mosteiro, apenas as velas rompem a escuridão.Estamos a meio da noite e no frio gelado do seu claustro de pedra, os monges estão sentados com as suas vestes grossas a recitar versos gregorianos. “Penso que eles fazem isto porque escolhem... tornar-se próximos de Deus”, diz o realizador Philip Gröning.“É um conceito muito simples, o conceito é Deus em si, é felicidade pura, quanto mais próximo te moveres disso, mais contente estás.”O realizador fez o primeiro pedido para filmar no remoto mosteiro da Grande Chartreuse há 17 anos. Quando finalmente conseguiu entrar, encontrou um mundo regulamentado, imutável desde a fundação da Ordem Cartuxa decorridos dez séculos.Os monges devotaram-se ao silêncio quase total, interrompidos apenas por o que um deles apelida de “o terror do sino”. O filme persegue as rotinas infinitamente repetidas do mosteiro. Numa cena, um monge mergulhado na sombra entrega almoços pelas frestas das portas das celas. A câmara entra em seguida no sitio onde os monges dormem em camas de palha, unicamente provido de um forno de lata por aquecedor. Lá fora, o cenário varrido de neve dos Alpes franceses providencia um toque de fundo majestoso. Gröning viveu aqui vários meses para fazer o filme.Os Cartuxos são a ordem cristã mais estrita e este filme de três horas, quase totalmente silencioso sobre eles, não se esperava que fosse um êxito. Mas está a ser projectado para salas esgotadas com pessoas fascinadas unicamente com um vislumbre da vida contemplativa, desconhecida para lá das paredes do mosteiro.
BBC News

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