Mário Vargas LLosa, o escritor que hoje foi laureado com o Prémio Nobel da Literatura, confessa que pensou tratar-se de uma brincadeira.
O desabafo foi feito esta tarde aos microfones do canal de televisão espanhol VEO 7, pelo autor de obras como "A tia Júlia e o escrevedor", "Conversa na catedral", "A guerra do fim do mundo", "Elogio da madrasta" ou "Como peixe na água".
Ao telefone a partir dos Estados Unidos, onde a noticia do prémio lhe chegou às 5h00 da manhã, o escritor de origem peruana explicou como foi surpreendido com a escolha da Academia Sueca.
“Foi muito divertido. Era cedo, estava a trabalhar, estava a ler desde muito cedo. Começo sempre a ler por volta das 5h00 ou 5h30 e chegou uma chamada que foi recebida pela minha mulher, que me disse: querem falar contigo, mas não sei muito bem do que se trata”, começou por explicar.
“Normalmente quando ligam a estas horas uma pessoa fica sempre nervosa, uma vez que pode ser uma má notícia relacionada com a família. Fui ao telefone e era o secretário-geral da Academia Sueca, que me disse para em 15 minutos dar atenção à Internet ou à televisão e fiquei a pensar se não seria uma piada de algum amigo, mas confirmou-se. Estou muito contente, mas ainda um pouco surpreendido com esta notícia”, admitiu Mário Vargas Llosa.
O Prémio Nobel da Literatura 2010 tem 74 anos e prepara-se para publicar a tradução portuguesa do seu novo livro intitulado "O sonho do Celta".
Vargas Llosa é autor de obras como "A tia Júlia e o escrevedor", "Conversa na catedral", "A guerra do fim do mundo", "Elogio da madrasta" e o livro de memórias "Como peixe na água". Recebeu o prémio "pela sua cartografia das estruturas de poder e pelas suas imagens mordazes da resistência, revolta e derrota dos indivíduos", segundo a academia.
Pertence à escola do chamado "realismo mágico" da literatura sul-americana, enquadrando-se na explosão de talentos literários do continente nos anos 60.
Foi locutor e jornalista e, em 1990, candidatou-se à presidência do Perú, perdendo para Alberto Fujimori. No trajecto político, começou por ser comunista, mas, há anos, as suas posições públicas estão próximas do centro-direita.
Ao longo da sua carreira, Vargas Llosa recebeu inúmeras condecorações, como o Prémio Cervantes ou o Prémio Rómulo Gallegos.
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