domingo, 28 de novembro de 2010

A Ribeira Negra definitiva de um Resende ainda lúcido e sonhador.




"Ribeira Negra" de Resende em espaço definitivo


AGOSTINHO SANTOS

"É uma explosão de prazer ver que, afinal, o trabalho não foi ignorado", disse, ontem, ao JN, Júlio Resende, na inauguração do "Espaço Ribeira Negra", no edifício da Alfândega, no Porto, que albergará, definitivamente, o painel com o mesmo nome, que já ali se encontra exposto há três anos.

A instalação definitiva desta obra de Resende, de 40 metros, oferecida pelo pintor à cidade há vários anos, veio assim atenuar algum descontentamento antigo do artista, uma vez que o trabalho esteve durante vários anos encaixotado nos armazéns da Câmara do Porto, cujo presidente, Rui Rio, não esteve presente, tendo-se feito representar pela vereadora da Cultura, Guilhermina Rego.

A ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, Manuel Pizarro, secretário de Estado da Saúde, e Isabel Santos, governadora civil do Porto, marcaram, igualmente, presença. De acordo com Júlio Resende, a colocação do painel num lugar digno de ser visto por muita gente é, antes de mais, "um momento justo para mim. E o que posso dizer é que agora, recuando no tempo, fazendo um pouco de história do painel, o tempo que perdi nele não foi inglório. Pelo contrário, proporcionou-me este momento de grande alegria e de prazer".

Para Gabriela Canavilhas, Júlio Resende é, indiscutivelmente, um dos maiores artistas portugueses da segunda metade do século XX e "este trabalho vem, na prática, demonstrar a grandiosidade e o talento do pintor".

A ministra considerou, por outro lado, que a permanência do painel "Ribeira Negra" no edifício da Alfândega - que agora comemora 150 anos - "proporcionará um excelente diálogo entre a contemporaneidade e o antigo, estabelecendo, desde aí, uma relação saudável de identidades".

Simultaneamente à inauguração do espaço do painel, foi aberta ao público uma mostra de obras recentes de Resende, tendo a ocasião sido aproveitada para distribuir uma serigrafia comemorativa dos 150 anos do edifício da Alfândega.

Sem comentários:

Enviar um comentário