terça-feira, 1 de novembro de 2011

António Rmos Rosa.Um grande,grande poeta.




António Ramos Rosa nasceu em Faro no dia 17 de Outubro de 1924 e aí viveu durante a juventude, tendo-se radicado definitivamente em Lisboa, em 1962, depois de duas breves estadas na capital nos anos 40 e 50, durante as quais teve uma experiência gorada como empregado de escritório, de que é testemunho o conhecido «Poema de um Funcionário Cansado» .

Depois de, em Faro, ter recorrido às explicações como meio de subsistência, António Ramos Rosa, já em Lisboa, foi fazendo várias traduções, até se consagrar a tempo inteiro à Poesia. Por isso mesmo, daquele que escreveu «Despertei da biografia e dos relógios» (Viagem através Duma Nebulosa) se pode dizer - literalmente e em todos os sentidos - que a sua vida se confunde com a Poesia, tendo a sua (pequena) casa sido sempre um (grande) espaço informal de acolhimento e de intercâmbio - directo ou por meio de livros e correspondência - com outros poetas e leitores de poesia, tanto portugueses como estrangeiros.
Para além das muitas obras que foi publicando, a sua intensa actividade poética, crítica e ensaística foi-se disseminando, ao longo de toda a segunda metade do século XX, em projectos editoriais como as revistas de poesia Árvore, Cassiopeia e Cadernos do Meio-dia (de que foi co-director), bem como em diversos jornais e revistas de que se destacam, entre outros, os suplementos literários do Diário de Notícias e d'A Capital, O Jornal de Letras e a colóquio/Letras.
A sua personalidade e obra têm merecido não só a consideração dos seus pares, como a distinção de prémios literários nacionais e internacionais (Prémio de Tradução da Fondantion de Hautvilliers (1976); Prémio do centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários e Prémio PEN Club de Poesia (1980); Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores (1980); Prémio da Bienal de Poesia de Liége (1991); Poeta Europeu da Década, atribuído pelo Collége de L'Europe (1991); Prémio Jean Malrieu (1992)).
Confirmando a importância do seu percurso literário e o rigor do seu trabalho poético, foi-lhe ainda atribuído, em 1988, o Prémio Pessoa, a que se têm associado outras condecorações, como aquelas recebidas em 1984 e 1997 - respectivamente da Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
Em 1999, durante os «Encontros de Outono» de Faro - Capital dos Poetas e da Poesia -, coincidindo com a comemoração dos seus setenta e cinco anos e de quase meio século de actividade poética, foi-lhe prestada uma homenagem, durante a qual se anunciou oficialmente a criação da Casa da Poesia de António Ramos Rosa, que virá a beneficiar de importante bibliografia sobra a criação poética contemporânea, reunida pelo poeta ao longo dos anos.

Transcrito na integra de «Antologia Poética», António Ramos Rosa - Selecção, Prefácio e Bibliografia de Ana Paula Coutinho Mendes, Publicações D. Quixote.

1 comentário: