quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Telescopio de Galileu faz 400 anos, ou a igreja e o reconhecimento tardio.



O 25 de Agosto, ficou conhecido como o dia em que Galileu ampliou a capacidade de se conseguir observar ao longe. Como seu nome indica, telescópio vem do grego "tele", que significa longe, associado a "scopio", observar. As "longas vistas" constituídas por duas lentes – objectiva e ocular – foram, provavelmente, inventadas antes de 1604 e apareceram, na Europa, em 1608. Após ter ouvido falar de uma lente holandesa de Hans Lippershey é que o também professor de matemática na Universidade de Pádua decidiu construir a sua.
Apesar de se ter apropriado da ideia de Lippershey, Galileu melhorou-a, tornou-a 30 vezes mais potente e foi com ela que se conseguiu observar pela primeira vez os satélites de Júpiter.
O instrumento chamado luneta era também conhecido como telescópio de refracção, cujas propriedades principais se baseavam nas lentes côncavas e convexas. Apresentaram-se-lhe grandes revelações. O cientista dirigiu as suas lentes astronómicas para a lua e aí percebeu que a cratera não era lisa e que tinha relevos, viu os maiores satélites de Júpiter, o planeta Vénus e reparou que a via láctea é constituída por uma infinidade de estrelas.
A invenção revolucionou mentes e entrou em rota de colisão com a Igreja Católica.
Acusado de heresia em 1610, publicou um livro de apenas 24 páginas, intitulado «Sidereus nuncius» (Mensageiro das Estrelas) e nele descreveu algumas das suas observações com a luneta.
À medida que as suas descobertas avançavam, começa a virar-se para a teoria heliocêntrica de Copérnico e a pôr a geocêntrica em xeque – medida que o leva a ser acusado de heresia. Chamado a depor perante a Inquisição Romana foi obrigado a retractar a teoria para se salvar. Apenas em 1980, o Papa João Paulo II [Karol Joseph Wojtyla] ordenou uma nova avaliação ao processo contra Galileo, o que acabou por eliminar os últimos vestígios de resistência à revolução Copernicana. As suas observações, como se sabe, lançaram a Europa num profundo debate científico e cultural.
Este astrónomo continua a ser considerado o grande elo do passado com a ciência moderna.

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