AS MUITAS FACES DE ALBERTO KORDAO cubano Alberto Díaz Gutiérrez, “Korda” (Havana, 1928 – Paris, 2001) será sempre, e acima de tudo, o autor da fotografia de Che Guevara – intitulada “Guerrilheiro Heróico” – que serviu de símbolo a gerações e conheceu milhares de declinações ao longo de décadas. Desse instantâneo já pouco mais se conserva do que uma imagem saturada de sentidos alheios ao seu contexto original: a Revolução Cubana.
De resto, e aos olhos do grande público, a obra de Korda resume-se ao testemunho político, pautado por algumas imagens iconográficas.A exposição Korda, Conhecido Desconhecido exibe 200 fotografias, na sua maioria inéditas, seleccionadas de entre milhares de fotogramas do autor e retiradas de arquivos pessoais de vários amigos e colaboradores. Com ela, pretende-se revisitar uma década na vida e na carreira do fotógrafo (1956-1968), abrangendo temas tão diversos como a moda, o povo, a mulher, o mar e, naturalmente, a Revolução cubana e os seus líderes.
Nas palavras de Cristina Vives, comissária da exposição, esta exposição “percorre a história de Korda e excluí intencionalmente as suas fotografias mais conhecidas, que se tornaram em lugar-comum ao se falar da sua obra”.
Desta forma coloca-se a tónica no talento e na versatilidade de Korda, que foi, efectivamente, muito mais do que um cronista da Revolução, tendo visto a sua produção fotográfica exposta nas principais galerias americanas e europeias.
A EXPOSIÇÃO KORDA, CONHECIDO DESCONHECIDO EM LISBOA
Durante dois meses, na Galeria Torreão Nascente, no edifício da Cordoaria Nacional, estará patente o génio de Korda. Uma selecção de fotografias nunca antes exibidas, algumas desconhecidas desde 1968, ano em que as autoridades cubanas confiscaram os Studios Korda, levando à perda da maior parte dos seus arquivos.
A exposição Korda, Conhecido Desconhecido, que visa libertar o fotógrafo “do peso de uma fotografia”, revelando um artista complexo e original, é fruto de um longo e intenso trabalho de pesquisa que originou um livro/ catálogo da editora Steidl. Um trabalho gratificante que é agora partilhado com o público, numa oportunidade rara, entre 2 de Dezembro e 31 de Janeiro.
A não perder,sem desculpas.
João Silva
Muito, muito bom mesmo. A não perder!
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