terça-feira, 26 de maio de 2009

José Cardoso Pires - De Profundis,Valsa lenta.




Ninguém melhor do que a própria pessoa que vive ou viveu uma situação para descrevê-la. Foi o que se propôs o autor desta obra que retrata o trauma pelo qual ele mesmo passou ao ter sido afectado por um acidente vascular
Ele fala dos seus sentimentos, a relação com as pessoas que antes conhecia e depois passaram para desconhecidas, as coisas que tinha desaprendido e as lembranças apagadas da sua memória, a reconstrução de si mesmo partindo do desconhecimento de si próprio. De profundis valsa lenta é ao mesmo tempo; uma grande contribuição autobiográfica para especialistas, doentes e familiares de pessoas obrigadas a passar pelas dificuldades criadas por esta enfermidade e um auto estudo introspectivo de uma doença bastante perigosa.
Comovente é também o prefácio “Carta a um novo amigo”do neurocirurgião Lobo Antunes que acompanhou todo o processo.
Raramente aparece na historia da literatura um escritor que esteve do lado de lá, onde o seu eu era também para ele outra pessoa desconhecida ,e que depois conseguiu recuperar , e assim o ter conseguido escrever .
Um livro pequeno , que se lê rapidamente mas uma enorme perola tanto na prespectiva literaria como cientifica.
João Silva

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