terça-feira, 3 de novembro de 2009

No CCB - Jorge de Sena ,um agitador avesso a ideias feitas.



Trinta anos depois da publicação póstuma do seu extraordinário romance Sinais de Fogo, e no momento em que se fosse vivo Jorge de Sena completaria 90 anos, o CCB propõe um dia de evocação do autor de Arte de Música.
1 Nov 2009 - 14:30
SALA ALMADA NEGREIROS
Agente de uma certa ideia do amor (“só não é belo o que se não deseja ou o que ao nosso desejo mal responde”) e da liberdade (“o resistir a tudo o que pretende diminuir-nos ou confinar-nos”), Jorge de Sena foi acima de tudo um agitador das ideias feitas, um corsário das palavras, um salteador de tesouros escondidos na nossa alma. Foi um fora-da-lei da consciência portuguesa do século XX, e é no desassossego que essa posição conota que se revela mais português e mais contemporâneo. Por isso, desde 1948 viu em Fernando Pessoa “um indisciplinador de almas”; por isso fez de Camões, o “seu” Camões, o mediador da aventura que é o seu constante diálogo com a pátria.Poeta acima de tudo, mas também ensaísta, tradutor, ficcionista e investigador, Jorge de Sena fez do exílio uma razão acrescida de amar mais dolorosamente o país que era o seu. O seu regresso póstumo, já este ano, assinala uma espécie de reconciliação com Portugal.Neste dia de evocação, haverá leituras de poemas e contos seus e de alguns dos seus ensaios sobre cinema e literatura, uma apresentação do romance que deixou incompleto e a projecção do filme que sobre ele foi realizado: Sinais de Fogo, de Luís Filipe Rocha.

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