Os restos mortais do escritor ficaram depositados no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, depois de um exílio de meio século.
Jorge de Sena "não precisa de glorificações póstumas", afirmou Eduardo Lourenço à saída da Basílica da Estrela,onde decorreu a cerimónia de homenagem ao escritor, antes de o cortejo seguir para o cemitério dos Prazeres.
A trasladação dos restos mortais de Jorge de Sena é, para o ensaista, "um acto de reparação e reconciliação" que termina " a sua condição de exilado do nosso país". Na homenagem, em que estiveram presentes o primeiro-ministro, José Sócrates, o ministro da Cultura, Pinto Ribeiro, o ex-Presidente da República Ramalho Eanes, Maria Cavaco Silva e Maria Barroso, a actriz Eunice Munõz leu o poema Carta a meus filhos sobre os fuzilamentos de Goya, escrito por Jorge de Sena em 1959.
Ramalho Eanes lembrou que o escritor partiu não por "estar zangado com a pátria, mas com o regime político".
Já o ministro da Cultura, que tem estado envolvido nas negociações que visam trazer para Portugal todo o espólio de Sena, destacou a importância deste acto como uma "reparação e reconciliação" , que era devida ao poeta.
Jorge de Sena, que completaria 90 anos em Novembro, exilou-se em 1959 no Brasil, onde se doutorou em Letras. Foi depois para os Estados Unidos, onde leccionou na Universidade de Wisconsin e na Universidade da Califórnia - Santa Bárbara. À data da morte, era director do departamento de Espanhol e Português.
"A saga de Jorge de Sena foi acompanhada pela minha geração com a amargura de quem não gosta de ver um dos seus grandes intelectuais no exílio", afirmou José Socrates.
Este regresso de Sena a Portugal, 50 anos depois da partida, está a criar um renovado interesse pelo seu trabalho. A editora Guimarães vai reeditar a sua obra completa, depois de José Saramago ter chamado a atenção para o esquecimento que se abatia sobre o escritor, sobretudo entre as gerações mais jovens. Por outro lado, o espólio depositado na Gulbenkian será transferido para a Biblioteca Nacional, que reservou um espaço próprio para o colocar.
Pedro Tamen, Ana Hatterly ou Luís Filipe Rocha foram alguns dos presentes na cerimónia, bem como vários elementos da família do próprio Jorge de Sena, o poeta que um dia escreveu (em Carta a meus filhos...): "Nenhum Juízo Final, meus filhos, pode dar-lhes/ aquele instante que não viveram, aquele objecto/que não fruíram, aquele gesto / de amor, que fariam 'amanhã'".
Jorge de Sena "não precisa de glorificações póstumas", afirmou Eduardo Lourenço à saída da Basílica da Estrela,onde decorreu a cerimónia de homenagem ao escritor, antes de o cortejo seguir para o cemitério dos Prazeres.
A trasladação dos restos mortais de Jorge de Sena é, para o ensaista, "um acto de reparação e reconciliação" que termina " a sua condição de exilado do nosso país". Na homenagem, em que estiveram presentes o primeiro-ministro, José Sócrates, o ministro da Cultura, Pinto Ribeiro, o ex-Presidente da República Ramalho Eanes, Maria Cavaco Silva e Maria Barroso, a actriz Eunice Munõz leu o poema Carta a meus filhos sobre os fuzilamentos de Goya, escrito por Jorge de Sena em 1959.
Ramalho Eanes lembrou que o escritor partiu não por "estar zangado com a pátria, mas com o regime político".
Já o ministro da Cultura, que tem estado envolvido nas negociações que visam trazer para Portugal todo o espólio de Sena, destacou a importância deste acto como uma "reparação e reconciliação" , que era devida ao poeta.
Jorge de Sena, que completaria 90 anos em Novembro, exilou-se em 1959 no Brasil, onde se doutorou em Letras. Foi depois para os Estados Unidos, onde leccionou na Universidade de Wisconsin e na Universidade da Califórnia - Santa Bárbara. À data da morte, era director do departamento de Espanhol e Português.
"A saga de Jorge de Sena foi acompanhada pela minha geração com a amargura de quem não gosta de ver um dos seus grandes intelectuais no exílio", afirmou José Socrates.
Este regresso de Sena a Portugal, 50 anos depois da partida, está a criar um renovado interesse pelo seu trabalho. A editora Guimarães vai reeditar a sua obra completa, depois de José Saramago ter chamado a atenção para o esquecimento que se abatia sobre o escritor, sobretudo entre as gerações mais jovens. Por outro lado, o espólio depositado na Gulbenkian será transferido para a Biblioteca Nacional, que reservou um espaço próprio para o colocar.
Pedro Tamen, Ana Hatterly ou Luís Filipe Rocha foram alguns dos presentes na cerimónia, bem como vários elementos da família do próprio Jorge de Sena, o poeta que um dia escreveu (em Carta a meus filhos...): "Nenhum Juízo Final, meus filhos, pode dar-lhes/ aquele instante que não viveram, aquele objecto/que não fruíram, aquele gesto / de amor, que fariam 'amanhã'".
Olá,
ResponderEliminarOra bem, visto a Buchholz ter entrado em falência e estando a editora Coimbra a liquidar os livros em stock, lá fui eu tentar adquirir algo de jeito.
Há já algum tempo (leia-se anos) que andava para comprar o livro "Dedicácias" do Jorge de Sena.
Estava lá, à vista de toda a gente, mesmo em cima de uma mesa.
É meu ! E agarrei-o.
Chegando a casa, reparei que é uma edição limitada de 2100 exemplares (coube-me o nº 643).
Paguei 10 Euros :-)
Cumprimentos,
José